ESG

Imigrantes sofrem mais com efeitos econômicos da pandemia, diz ONU

Comitê Sobre Trabalhadores Imigrantes inicia sua 32ª sessão em meio a recorde de pedidos de ajuda. Estrangeiros foram os primeiros a perder o emprego

Imigrantes aguardam para serem deportados dos EUA: Biden prometeu facilitar a entrada de estrangeiros no país (Courtesy CBP/Reuters)

Imigrantes aguardam para serem deportados dos EUA: Biden prometeu facilitar a entrada de estrangeiros no país (Courtesy CBP/Reuters)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 6 de abril de 2021 às 06h00.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 15h20.

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O Comitê Sobre Trabalhadores Imigrantes (CMW, na sigla em inglês) inicia nesta terça-feira, 6, sua 32ª sessão. O evento será realizado online e terá duração de 10 dias. A situação dos imigrantes piorou consideravelmente na pandemia. Trabalhadores estrangeiros, especialmente nos países desenvolvidos, tendem a ocupar postos de trabalho de baixa qualificação. Com a parada econômica, foram os primeiros a ser demitidos. 

No Brasil, a pandemia provocou um aumento da vulnerabilidade dos trabalhadores imigrantes. Pesquisa realizada pela PUC Minas aponta que, antes da covid, 52% dos imigrantes consultados estavam trabalhando. Ao menos metade desses trabalhadores perdeu o emprego em função da parada econômica. Os venezuelanos foram os mais afetados, uma vez que representavam a maior parte dos imigrantes empregados no Brasil. 

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Em março, o CMW e entidades de defesa dos direitos humanos da Europa e da África publicaram uma nota pedindo que todos os imigrantes sejam incluídos nos planos de vacinação dos países, independentemente do status legal. As entidades também afirmaram que os dados coletados no momento da vacinação não devem ser compartilhados com os departamentos migratórios, sob pretexto de expulsar trabalhadores ilegais. 

Imigração na era Biden 

Após um período de repressão a imigrantes, em virtude das políticas do ex-presidente Donald Trump, os Estados Unidos passaram a se posicionar como um recebedor de trabalhadores estrangeiros sob a presidência de Joe Biden. O país enfrenta um enorme fila de pedidos de imigração. O congelamento da emissão de vistos para imigrantes legais durante o mandato de Donald Trump criou uma demanda reprimida de 500 mil solicitações, que o governo de Joe Biden agora tenta resolver. 

Em fevereiro, Biden revogou a medida que suspendia os vistos de imigração. O número de pedidos também disparou. Em janeiro de 2020, os EUA tinham 75 mil pedidos de visto de imigração pendentes - considerando os casos já prontos para a entrevista. Agora, o total de solicitações paradas chega a 473 mil - um número subestimado, segundo o próprio governo.

O novo presidente apresentou uma proposta de reforma migratória ao congresso americano. Se aprovada, a lei pode beneficiar milhares de imigrantes brasileiros, legais ou indocumentados, que já estão nos EUA ou ainda pretendem ir. A nova legislação, chamada de "Ato de Cidadania dos EUA de 2021", propõe um caminho de oito anos para a legalização de imigrantes que vivem no país.

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