(Classen Rafael/EyeEm/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 18 de junho de 2021 às 12h00.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h10.
Quem já investe em títulos do Tesouro Direto deve ter observado que, nos últimos meses, a maioria deles desvalorizou. Em maio, por exemplo, apenas sete, dos 27 títulos negociados no mercado, tiveram desempenho positivo.
Mas, se o investimento é frequentemente apontado por especialistas como um dos mais seguros do mercado, o que explica essa rentabilidade negativa?
Um dos principais motivos foi o aumento da inflação, já que ela influencia a percepção de risco dos investidores e, consequentemente, as taxas exigidas para a compra de títulos públicos no mercado secundário. Isso tem um impacto negativo sobre os preços dos papéis, que são precificados (trazidos a valor presente) com essas taxas. “Quando a inflação está muito elevada, o Banco Central reage aumentando a Selic para poder controlá-la”, explica Odilon Costa, analista de renda fixa e crédito privado do BTG Pactual digital.
Mas é importante deixar claro que o investidor só realiza a perda se decidir vender o investimento. Caso opte por segurar a aplicação em carteira até a data de vencimento, não será penalizado pela marcação de mercado atual e terá o rendimento acordado no momento da compra.
“A rentabilidade sempre vai convergir para aquela que você contratou lá no início. Então, pode ser que o preço desvalorize temporariamente, mas, se o seu objetivo for de longo prazo, você terá aquela rentabilidade contratada”, explica Costa.
Ainda que muitas pessoas enxerguem essas oscilações de curto prazo como algo negativo, Costa afirma que é aí que moram as oportunidades da renda fixa. “Você pode trabalhar nisso como um risco, mas também como oportunidade. Tem muita gente que compra títulos públicos e privados com o objetivo de capturar uma queda das taxas de mercado”, diz.
Essa é uma estratégia de investimento que difere daquela indicada para o investidor que busca a renda fixa com o objetivo de construir uma reserva de emergência.
“Quando falamos de reserva de emergência, toda e qualquer aplicação tem de ter o mínimo de risco de crédito possível. Além disso, você não pode ter grandes variações de preços nos ativos (risco de mercado). O dinheiro também tem de ser acessível em D+0 ou D+1. Ou seja, não pode haver risco de liquidez”, explica.
Por isso, segundo o especialista, há apenas três opções de investimento ideais para a construção dessa reserva. São eles:
Um dos investimentos mais conhecidos para construção da reserva de emergência é o Tesouro Selic. Como o próprio nome já diz, ele tem seu rendimento atrelado à taxa básica de juro. Por isso, não costuma sofrer grandes oscilações. Sua liquidez é D+1.
A compra desses títulos diretamente pelo Tesouro Direto, no entanto, pode pesar no bolso do investidor. “A taxa da B3 desfavorece a compra diretamente via Tesouro Direto. É um investimento caro”, diz.
Uma opção mais em conta são os fundos atrelados ao Tesouro Selic com taxa zero. Além do custo, outro diferencial é a liquidez diária e a ausência da taxa da B3. “No BTG Pactual, por exemplo, a liquidez é D+0. Isso é uma grande vantagem porque, no fundo, o ‘recheio’ é o mesmo”, diz.
O fundo a que Costa se refere é o BTG Pactual digital Tesouro Selic Simples FI RF. Composto exclusivamente de títulos do Tesouro Selic, ele tem aplicação mínima de 500 reais e liquidez diária (D+0) para pedidos de resgate em dias úteis realizados até às 15h30.
Os Certificados de Depósito Bancários (CDBs) são um tipo de investimento em renda fixa em que o investidor empresta dinheiro para instituições financeiras. Como são emitidos por empresas regulamentadas pelo Banco Central e contam com garantia do FGC (que garante o saldo das aplicações em até 250.000 reais por CPF), eles também são considerados investimentos seguros.
É importante ressaltar que, mesmo com a garantia do FGC, o CDB com liquidez diária também precisa ter o mínimo de risco de crédito possível. “A garantia do FGC é um conforto adicional, mas o dinheiro não é recuperado automaticamente caso uma instituição quebre. O processo leva de dois a três meses”, diz. Por isso, Costa reforça a importância de optar por papéis de instituições financeiras com rating elevado (AA+ ou AAA). O BTG Pactual, por exemplo, possui rating AAA pela S&P.
O BTG oferece dois CDBs, com prazos de 12 ou 24 meses e taxas de remuneração equivalentes a 103% e 104% do CDI (indicador que acompanha a Selic e é o principal benchmark dos ativos de renda fixa).
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