Em relatório exclusivo, especialistas do BTG revelam onde investir em 2022
No documento, analistas do banco destacam a importância da diversificação para se proteger da volatilidade em um ano de corrida eleitoral. Veja alguns dos ativos sugeridos
Jornalista
Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 15h24.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 15h40.
O BTG Pactual divulgou, nesta segunda-feira, 10 de janeiro, o relatório Onde Investir 2022. Assinado por Álvaro Frasson, Odilon Costa, Arthur Mota, Bruno Lima, Bernardo Carneiro, Daniel Marinelli, Juliana Machado, Gabriel Barca e Nicholas Sacchi, o documento traz uma avaliação do cenário macroeconômico atual e compartilha as melhores oportunidades para lucrar em 2022 – passando por ativos de renda fixa e variável, além de fundos de investimento e criptoativos.
Com as eleições presidenciais (e um debate político intenso e polarizado) à frente, é esperado que o mercado acionário apresente alta volatilidade ao longo deste ano. Paralelamente a isso, impulsionada pelo aumento da inflação – que, na visão do banco, deve chegar a 5% – a taxa básica de juros do país também deve continuar subindo em 2022, podendo chegar à casa dos 12%. Nesse cenário, a necessidade de estar bem posicionado em ativos conservadores, mas sem deixar de lado a diversificação, fica ainda mais evidente.
“A estratégia nos momentos de elevada incerteza recomenda a boa prática da diversificação com maior peso em ativos conservadores, mas sem perder de vista os movimentos táticos que os ativos mais arriscados podem apresentar ao longo do ano”, escreveu Álvaro Frasson, head do time de Macro & Estratégia do BTG Pactual no relatório .
Mas, afinal, quais ativos podem ajudar o investidor a capturar melhor este cenário de volatilidade e juros altos? Foi para ajudar a responder a essa pergunta que o BTG Pactual lançou o Relatório Onde Investir em 2022, disponibilizado gratuitamente aqui.Veja, abaixo, alguns dos destaques da análise.
Os melhores ativos para a reserva de emergência
Quem já conhece o mundo dos investimentos sabe que, para que as finanças prosperem, é essencial possuir uma proteção contra possíveis imprevistos (como a perda do emprego ou um problema de saúde). O nome que se dá a este valor é reserva de emergência e, segundo especialistas, o ideal é que a quantia guardada seja o suficiente para cobrir, pelo menos, seis meses de suas despesas.
Outro fator que deve ser levado em consideração na hora de escolher onde investir sua reserva de emergência é a liquidez dos títulos. “É preciso ter facilidade e rapidez para acessar o dinheiro aplicado em um momento de urgência. Por isso, atente para os prazos de resgate”, aconselha Odilon Costa, analista de renda fixa do BTG Pactual, no relatório.
O especialista também aproveitou para listar os requisitos mais importantes para a reserva de emergência. São eles:
- Liquidez diária: acesso ao dinheiro em D+0 ou, no máximo, em D+1
- Baixíssimo risco de crédito: instituições financeiras com rating AAA ou risco do governo são boas opções.
- Retornos previsíveis: títulos atrelados ao CDI (preferimos os bancários, pois normalmente pagam um pouquinho mais do que o Tesouro SELIC)
Dito isso, Costa aponta o investimento no título público Tesouro SELIC e em CDBs com liquidez diária como boas opções para montar essa reserva financeira. “Além de oferecerem uma rentabilidade maior [que a poupança], eles são tão ou mais seguros para a reserva de emergência”, diz.
As ações com maior potencial de valorização
Embora existam expectativas de que 2022 seja um ano mais volátil para os ativos locais, os analistas do BTG veem espaço para que as ações brasileiras tenham um bom desempenho, especialmente aquelas que tendem a ter um desempenho relativamente bom em cenários de inflação e taxas mais altas.
Por isso, para o portfólio de 2022, os especialistas destacam o papel de empresas de consumo que atendem a pessoas de alta renda, além de players dos setores financeiro e de saúde. “O setor de saúde tem um beta baixo e é resiliente, característica importante especialmente para investidores que buscam mais proteção em tempos de forte volatilidade do mercado”, explica Bruno Lima, da área de Equity Research do BTG Pactual.
No setor de Shopping Centers, por exemplo, a TopPick do banco é o Iguatemi (IGTI11). “Com a continuidade da vacinação, esperamos que as flexibilizações continuem acontecendo e o fluxo de pessoas e os níveis de compras continuem aumentando. Com a exposição a um público-alvo com maior poder de compra e mais resiliência à inflação, nossa expectativa é de que o Iguatemi capture de forma mais concentrada essa recuperação do consumo”, diz Lima.
Investimentos para garantir uma renda extra todo mês
Mais simples, líquidos e acessíveis do que os investimentos feitos diretamente em imóveis físicos, os fundos de investimento imobiliário também representam uma boa opção de investimento para quem busca renda extra e passiva. Isso porque os FIIs distribuírem dividendos recorrentes aos seus cotistas (geralmente, todos os meses).
No relatório do BTG, Daniel Marinelli, que é o responsável pela área de Research em Fundos Imobiliários do banco, destacou dois FIIs para gerar renda extra em 2022. São eles:
- Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) Listado na B3 há quase 10 anos, o KNCR11 busca investir seus recursos preferencialmente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), podendo investir também em Letra de Crédito Imobiliário (LCI). O objetivo do fundo é o investimento em uma carteira de CRIs com remuneração pós fixada, atrela à taxa CDI + prêmio de risco, através da aquisição de operações com devedores com bom perfil de crédito e diversificados em seus setores de atuação.
- BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11)
O objetivo do fundo é investir em terras agrícolas rurais e arrendar esses ativos por meio de contratos de locação atípicos de longo prazo. O fundo é gerido pela equipe de Real Estate da BTG Pactual Gestora de Recursos, e conta com o suporte da Funchal Investimentos, consultoria especializada na originação e inteligência no setor do agronegócio.