Os semicondutores se tornaram um dos elementos mais utilizados na tecnologia contemporânea (Thinkstock/DragonImages/Thinkstock)
Jornalista
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 17h00.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 15h58.
É bastante provável que você nunca tenha parado para pensar sobre isso, mas a verdade é que tanto o seu relógio de pulso quanto uma estação espacial dependem da mesma indústria para continuarem existindo: a de semicondutores.
Presente em boa parte dos objetos com tecnologia embarcada, o componente tomou conta dos noticiários nos últimos meses após montadoras como Honda, Volvo e Volkswagen precisarem suspender ou reduzir suas produções devido à falta do material. Mas empresas de outros setores também foram afetadas pela escassez dos semicondutores.
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), pelo menos 12% dos fabricantes do setor elétrico no país tiveram de interromper parte da produção por falta de componentes em junho deste ano. Bancos, fintechs e varejistas brasileiros também já começaram a sentir os efeitos da chamada “crise dos chips”, que afetou diretamente a produção de cartões e maquininhas de pagamento.
Mas, afinal, o que são semicondutores? O que explica a crise do setor e como proteger seus investimentos nesse cenário? É o que te explicamos a seguir.
Constituídos de silício ou germânio, os semicondutores são caracterizados por possuírem condutividade elétrica intermediária entre os isolantes (materiais que não conduzem bem a energia elétrica) e os condutores (que permitem que a energia se desloque com facilidade).
Basicamente, estamos falando de uma pequena unidade de processamento que serve como matéria-prima para a produção de chips — que, por sua vez, são utilizados na fabricação de diferentes aparelhos eletrônicos, como smartphones, notebooks, aparelhos de TV e até carros. Não à toa, os semicondutores se tornaram um dos elementos mais utilizados na tecnologia contemporânea.
Para ter uma ideia, um carro moderno pode utilizar até 1.100 semicondutores para dar conta de toda a parte elétrica (incluindo conectividade, gerenciamento do motor e a implementação de novas tecnologias, como direção autônoma e controle da emissão de poluentes).
A origem da crise dos semicondutores tem a ver com um desequilíbrio na oferta, decorrente principalmente da desaceleração na produção de veículos no início da pandemia.
Isso porque, enquanto as montadoras suspenderam as encomendas do material devido à baixa procura por veículos zero-quilômetro naquele período, a alta na demanda por aparelhos eletrônicos durante o home office fez com que as fábricas de celulares e computadores comprassem cada vez mais chips.
Mas outros fatores também contribuíram com o agravamento da crise. Países da Ásia, onde estão concentradas as principais indústrias do setor, sofreram com longos períodos de seca (que chegaram a paralisar as produções em Taiwan) no ano passado. Como se não bastasse, no início deste ano, uma das maiores fábricas de semicondutores do Japão também foi afetada por um incêndio de grandes proporções.
O resultado? Quando a produção automobilística voltou, não apenas a demanda por semicondutores no mercado global havia crescido, mas a oferta do componente estava mais escassa.
Um dos preceitos mais básicos da economia é que, quanto mais escasso for um bem, mais valorizado ele será. Por isso, investir em semicondutores (matéria prima que está em falta no mundo e que deve ganhar cada vez mais importância ao longo dos próximos anos) pode ser uma boa maneira de diversificar a carteira e lucrar com o setor mesmo em tempos de crise.
Pensando nisso, o BTG Pactual (BPAC11) lançou, em setembro, um fundo de investimento exclusivo atrelado aos semicondutores. Acessível a partir de 100 reais, o Reference Semicondutores FIM tem taxa de administração de 0,25% ao ano e zero taxa de performance. Já a liquidez é D+4, o que significa que é possível resgatar o investimento quatro dias úteis após a solicitação.
O produto busca replicar o PHLX Semiconductor (SOX), índice que teve valorização acima de 54% em 2020, ante a alta de 49% da bolsa americana.