Inteligência Artificial

OpenAI muda regra de ações para atrair e reter talentos em IA

Empresa elimina período mínimo de permanência para acesso a ações e reage à concorrência

OpenAI: empresa elimina carência para acesso a ações em meio à disputa global por talentos em inteligência artificial (JASON REDMOND/Getty Images)

OpenAI: empresa elimina carência para acesso a ações em meio à disputa global por talentos em inteligência artificial (JASON REDMOND/Getty Images)

Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 19h53.

A OpenAI, dona do ChatGPT, decidiu encerrar uma regra tradicional de remuneração que exigia que novos funcionários permanecessem ao menos seis meses na empresa antes de ter acesso a ações, em mais um sinal da escalada na disputa por talentos no setor de inteligência artificial.

A mudança foi comunicada internamente na última semana e anunciada pela diretora de aplicações da companhia, Fidji Simo, segundo o Wall Street Journal.

A chamada vesting cliff — período mínimo de permanência antes do início da aquisição de ações — foi eliminada com o objetivo de reduzir o risco percebido por novos contratados, que poderiam ser desligados antes de acessar qualquer parcela de participação acionária.

De acordo com o jornal, a OpenAI já havia flexibilizado essa política em abril, quando reduziu o prazo de carência de 12 para seis meses, abaixo do padrão da indústria de tecnologia.

A decisão mais recente vai além e elimina completamente a exigência inicial. A rival xAI, de Elon Musk, adotou medida semelhante no fim do verão no hemisfério norte, segundo fontes ouvidas pelo WSJ. Procurada, a xAI não comentou.

Ação acirra disputa por talentos

A mudança reflete o ambiente altamente competitivo do mercado de IA, no qual empresas disputam um número limitado de pesquisadores e engenheiros de ponta. Tradicionalmente, companhias de tecnologia adotam um período de um ano de carência justamente para evitar a diluição acionária com funcionários que deixam a empresa rapidamente ou não se adaptam. Esse modelo, porém, vem sendo pressionado pelo atual ciclo de contratações agressivas.

Gigantes como Meta, Google e Anthropic têm oferecido pacotes de remuneração que, em alguns casos, chegam a US$ 100 milhões, o que ampliou o poder de barganha de profissionais altamente especializados.

Segundo o Wall Street Journal, muitos desses talentos não hesitam em trocar de empresa caso encontrem condições mais atrativas ou projetos mais alinhados a seus interesses.

A OpenAI, nesse contexto, já se destaca pelo volume elevado de remuneração baseada em ações. Documentos financeiros enviados a investidores e analisados pelo WSJ indicam que a empresa espera gastar cerca de US$ 6 bilhões com esse tipo de compensação neste ano — valor equivalente a quase metade da receita projetada.

Entretanto, nvestidores de tecnologia têm demonstrado preocupação com o impacto desse modelo sobre os retornos no longo prazo.

“Empresas que precisam ser mais competitivas estão abandonando o tradicional período de carência do primeiro ano”, afirmou Zaheer Mohiuddin, cofundador da plataforma Levels.fyi, especializada em dados de remuneração no setor de tecnologia. Segundo ele, o movimento tende a se espalhar à medida que a corrida por talentos em IA se intensifica.

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