Inteligência Artificial

OpenAI expande repertório com parceria Condé Nast e acesso a conteúdo exclusivo

Acordo permite que ChatGPT e outras ferramentas da OpenAI utilizem conteúdo de publicações renomadas como Vogue, The New Yorker e Wired, marcando uma nova fase de integração entre inteligência artificial e mídia

Acordo entre OpenAI e Condé Nast amplia acesso a conteúdo premium para usuários do ChatGPT. (PAU BARRENA/Getty Images)

Acordo entre OpenAI e Condé Nast amplia acesso a conteúdo premium para usuários do ChatGPT. (PAU BARRENA/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 07h02.

Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 07h04.

A OpenAI, uma das principais empresas de inteligência artificial do mundo, anunciou nesta terça-feira, 20, um acordo com a Condé Nast, gigante do setor editorial, para integrar conteúdo de várias de suas publicações em seus produtos, como ChatGPT e SearchGPT. Com esse movimento, a OpenAI terá acesso a material de veículos como Vogue, The New Yorker, GQ, Wired e Vanity Fair, ampliando a base de dados que sustenta suas ferramentas de busca e conversação. As informações são da CNBC.

O acordo representa mais um passo na tendência crescente de colaborações entre empresas de tecnologia e grandes nomes da mídia, à medida que estas buscam novas formas de monetizar seu conteúdo em um cenário digital cada vez mais dominado pela inteligência artificial. A parceria possibilita à OpenAI oferecer respostas mais rápidas e relevantes aos usuários, combinando seu modelo de conversação com informações confiáveis e de alta qualidade provenientes de fontes reconhecidas.

Segundo comunicado da OpenAI, a nova funcionalidade, batizada de SearchGPT, já está em fase de testes e promete aprimorar a experiência de busca ao oferecer links diretos para as notícias e artigos das publicações parceiras. A empresa também destacou que planeja integrar essas melhorias diretamente ao ChatGPT no futuro, tornando a plataforma ainda mais robusta e útil para seus usuários.

Essa movimentação acontece em um momento de intensa discussão sobre o papel da inteligência artificial na mídia. Com o aumento da produção de conteúdo gerado por IA, muitas organizações jornalísticas têm buscado formas de proteger seus direitos autorais e garantir que seu trabalho seja remunerado de forma justa. Em contrapartida, empresas de tecnologia como a OpenAI estão cada vez mais interessadas em fechar parcerias que lhes permitam acessar e utilizar conteúdo de qualidade, ao mesmo tempo em que oferecem novas oportunidades de receita para os veículos de comunicação.

Acordos semelhantes

Nos últimos meses, a OpenAI firmou diversos acordos semelhantes. Em junho, a empresa fechou uma parceria com a revista Time, permitindo o acesso a mais de 100 anos de conteúdo arquivado da publicação. Em maio, um acordo com a News Corp. deu à OpenAI acesso a artigos do The Wall Street Journal e de outros veículos do grupo. Essas parcerias não apenas fortalecem a capacidade da OpenAI de fornecer informações precisas e relevantes, mas também ajudam a moldar o futuro da interação entre inteligência artificial e mídia tradicional.

Contudo, nem todas as interações entre a OpenAI e o setor de mídia têm sido pacíficas. Em junho, o Centro de Jornalismo Investigativo dos Estados Unidos processou a OpenAI e seu principal investidor, a Microsoft, por supostas violações de direitos autorais. O processo segue um movimento de resistência por parte de várias publicações, incluindo The New York Times e Chicago Tribune, que alegam que o uso de seus conteúdos em treinamentos de IA sem autorização configura uma violação de propriedade intelectual.

O caso mais notável é o do The New York Times, que em dezembro de 2023 entrou com uma ação judicial contra a OpenAI, buscando bilhões de dólares em indenizações por suposto uso indevido de seu conteúdo. A OpenAI, por sua vez, contesta as acusações e se defende das alegações em tribunal, alegando que as práticas utilizadas para o treinamento de seus modelos respeitam os direitos de propriedade intelectual.

A parceria com a Condé Nast, porém, sinaliza um caminho diferente, onde o diálogo e a cooperação entre as partes podem resultar em benefícios mútuos. A Condé Nast, por exemplo, vê na aliança com a OpenAI uma oportunidade para ampliar o alcance de suas publicações, atraindo novos leitores e criando novas fontes de receita. Ao mesmo tempo, a OpenAI fortalece a qualidade de seu conteúdo, oferecendo aos usuários informações confiáveis e provenientes de fontes estabelecidas no mercado.

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