Inteligência Artificial

China está desenvolvendo o próprio 'ChatGPT' com filosofias de Xi Jinping

País quer garantir alternativas locais ao ChatGPT da OpenAI com as ideias do presidente sobre política, economia e cultura

Xi Jinping: pensamentos de líder chinês devem alimentar chatbot do país (Sarah Meyssonnier / POOL/AFP)

Xi Jinping: pensamentos de líder chinês devem alimentar chatbot do país (Sarah Meyssonnier / POOL/AFP)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 22 de maio de 2024 às 10h34.

Última atualização em 22 de maio de 2024 às 10h35.

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Para garantir controle sob a forma como a inteligência artificial generativa vai informar os usuários da internet no país, a China está desenvolvendo um chatbot treinado nos pensamentos do presidente Xi Jinping.

O lançamento do modelo de linguagem (LLM, na sigla em inglês) ocorre em um momento em que as autoridades chinesas buscam equilibrar o controle sobre as redes sociais com a criação de alternativas locais ao ChatGPT da OpenAI.

A criação do LLM é parte de um esforço contínuo das autoridades chinesas para divulgar as ideias de Xi sobre política, economia e cultura. Atualmente, essas ideias são promovidas através de livros, aplicativos de notícias e programas educacionais, segundo o Financial Times.

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Como é o "ChatGPT chinês"?

A IA generativa sendo desenvolvida pela China utiliza a filosofia política de Xi, conhecida como “Pensamentos de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era”, e outras literaturas oficiais fornecidas pela Administração do Ciberespaço da China (CAC).

Atualmente, o modelo está sendo utilizado em um centro de pesquisa, com a possibilidade de ser liberado para uso mais amplo no futuro. Além de responder perguntas, o chatbot pode criar relatórios, resumir informações e traduzir entre chinês e inglês.

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Pode criar uma IA generativa na China?

A CAC, responsável pela emissão de regras para a IA generativa no país, exige que os fornecedores de IA incorporem valores socialistas fundamentais e assegurem que o conteúdo gerado não subverta o poder do Estado.

Empresas como Baidu e Alibaba implementaram mecanismos para controlar o conteúdo gerado por seus modelos de IA, especialmente em relação a Xi e outros tópicos sensíveis.

O órgão de cibersegurança lançou um banco de dados público com 100 milhões de entradas de informações “confiáveis e de alta qualidade” para treinamento de modelos.

Ainda de acordo com o jornal britânico, o conjunto de dados contém uma grande quantidade de menções ao presidente chinês — somente uma das dezenas de documentos contém 86.314 menções a Xi Jinping.

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