Masayoshi Son: CEO do SoftBank (Tomohiro Ohsumi / Colaborador/Getty Images)
Redator
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10h02.
Masayoshi Son, fundador e CEO do SoftBank, afirmou que só vendeu a participação do grupo na Nvidia devido à necessidade de financiar novos investimentos em inteligência artificial, principalmente projetos com a OpenAI e de data centers. Durante o fórum FII Priority Asia, em Tóquio, nesta segunda-feira, 1º, o executivo disse que “estava chorando” ao vender as ações da empresa com maior valor de mercado do mundo.
Revelada em novembro, a operação rendeu US$ 5,83 bilhões ao conglomerado japonês, que se desfez de todas as ações que possuía na Nvidia. No dia seguinte ao anúncio, os papéis da empresa operaram em queda na bolsa de Tóquio. Entre o fim de outubro e de novembro, as ações do SoftBank acumularam desvalorização de cerca de 40%, com perda superior a US$ 100 bilhões em valor de mercado.
Apesar disso, a venda é consistente com a estratégia do SoftBank de ampliar o poder de fogo do Vision Fund, fundo que concentra os aportes do grupo em empresas de tecnologia, especialmente de IA. No início do ano, Son destacou que o conglomerado japonês está “completamente comprometido” com a OpenAI e previu que a empresa poderia se tornar a mais valiosa do mundo.
Uma fonte ouvida pela CNBC disse que novos aportes na OpenAI estão em análise, dependendo do desempenho da empresa e da próxima rodada de captação da criadora do ChatGPT.
No entanto, a aposta na OpenAI já começou a trazer algum retorno. O SoftBank divulgou lucro líquido de 2,5 trilhões de ienes (cerca de US$ 16,6 bilhões) no segundo trimestre, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pela valorização de seus ativos em IA.
Ao mesmo tempo, a ofensiva do SoftBank em IA ocorre em meio a alertas sobre uma possível bolha no setor. Son rebateu as críticas dizendo que quem fala em bolha de IA “não é inteligente o suficiente” e previu que robôs e “superinteligências” poderão responder por 10% do PIB global no longo prazo, compensando os trilhões de dólares investidos na tecnologia.