Michael Truell: CEO e cofundador da Cursor
Redator
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 13h34.
Apesar de ter atingido US$ 1 bilhão em receita anualizada e recebido um aporte de US$ 2,3 bilhões, chegando a uma avaliação de US$ 29,3 bilhões, a Anysphere – empresa por trás do assistente de programação com inteligência artificial Cursor – não pretende abrir seu capital em breve.
O foco da empresa, segundo o CEO e cofundador Michael Truell, está no aprimoramento da plataforma e no desenvolvimento de ferramentas voltadas para o uso em larga escala por equipes inteiras de engenharia de software.
Durante evento da Fortune nesta segunda-feira, 8, Truell afirmou que a disputa entre soluções de IA para programadores será vencida por quem entregar produtos funcionais, não apenas protótipos. Ele comparou as ferramentas voltadas à programação de OpenAI e Anthropic a “carros conceito”, enquanto o Cursor – desenvolvido com tecnologias dessas empresas, além de modelos do Google (Gemini) e da xAI (Grok) – seria um veículo pronto para o uso diário.
Truell revelou que a empresa também desenvolve seus próprios modelos de linguagem, voltados a tarefas específicas dentro do ambiente Cursor. A decisão de criar LLMs próprios tornou-se estratégica após a recusa de uma proposta de aquisição feita pela OpenAI no início do ano.
Investidores vinham questionando o modelo de negócios de startups como a Anysphere, já que os custos para acessar modelos de IA são elevados. Em vez de vender a operação, a empresa decidiu reformular sua estratégia em julho: abandonou o modelo de assinatura fixa e passou a cobrar por uso, repassando diretamente os custos das APIs aos usuários – uma mudança que, no entanto, gerou críticas de parte da base.
Para 2026, Truell afirmou que a empresa se concentrará em duas frentes principais: executar tarefas completas de forma autônoma, como correções de bugs que levariam semanas, e ampliar o foco de usuários individuais para equipes de engenharia. Para isso, a empresa está desenvolvendo ferramentas de controle de gastos com computação em nuvem, incluindo grupos de faturamento e visibilidade por equipe.
Truell destacou ainda que o Cursor já realiza revisões de código completas, sejam eles escritos por humanos ou por IA. A meta é expandir a plataforma para cobrir mais etapas do ciclo de desenvolvimento de software.