Inteligência Artificial

A próxima revolução da IA: o conhecimento 'super-humano'

Mustafa Suleyman prevê máquinas mais produtivas que pessoas e aponta saúde e trabalho como desafios centrais

Toronto, Canada - August 22, 2024:  Popular AI virtual assistant apps on an Apple iPhone:  ChatGPT, Claude, Gemini, Copilot, Perplexity, and Poe. (Kenneth Cheung/Getty Images)

Toronto, Canada - August 22, 2024: Popular AI virtual assistant apps on an Apple iPhone: ChatGPT, Claude, Gemini, Copilot, Perplexity, and Poe. (Kenneth Cheung/Getty Images)

Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 09h23.

A corrida pela inteligência artificial entrou em uma nova fase, marcada por investimentos bilionários, competição por talentos e disputas por infraestrutura. No centro desse movimento está Mustafa Suleyman, chefe de IA da Microsoft, que afirmou, de acordo com a Bloomberg, que a tecnologia atual “já é super-humana” em diversas tarefas e transformará setores inteiros nos próximos anos.

Em entrevista ao podcast The Mishal Husain Show, Suleyman explicou que modelos avançados conseguem executar trabalhos complexos, aprender novos padrões e produzir resultados superiores aos humanos em velocidade inédita. Para ele, a próxima etapa será a construção de sistemas de superinteligência, capazes de superar a soma das capacidades humanas e operar de forma autônoma - um cenário que exige novas medidas de segurança.

“IA super-humana”

Suleyman define uma IA super-humana como um sistema capaz de resolver qualquer tarefa intelectual melhor do que pessoas e em escala massiva. Ele afirmou que algumas dessas capacidades já estão presentes nos modelos atuais e devem se expandir rapidamente com a próxima geração de agentes autônomos.

Para o executivo, a tendência é que, dentro de um ano, consumidores já possam usar assistentes de IA capazes de comprar produtos, organizar atividades e executar fluxos inteiros sem supervisão contínua. Mesmo assim, o profissional reforçou que essas ferramentas ainda cometem erros e precisam de controles rígidos antes de serem liberadas amplamente.

Suleyman defende que qualquer avanço rumo à superinteligência deve seguir limites claros. Ele considera três capacidades como "linhas vermelhas":

  • habilidade da IA de definir objetivos próprios;
  • reescrever seu código;
  • agir de forma totalmente autônoma.

Antes de permitir que esses recursos avancem, afirma, é preciso garantir contenção, auditoria e alinhamento ético.

Para o executivo, governos e empresas precisam colaborar em mecanismos de supervisão semelhantes a estruturas já usadas em áreas como clima, estabilidade financeira e controle de armas. Ele vê um papel importante da tecnologia para auditorias técnicas, transparência e reguladores especializados.

Revolução na Saúde

Suleyman disse ao podcast que a área médica será uma das primeiras a sentir o impacto da superinteligência. Segundo ele, modelos já são capazes de diagnosticar doenças raras com precisão superior à humana, usando menos exames e reduzindo custos. Estudos independentes e ensaios clínicos devem validar esses avanços nos próximos anos.

A promessa, segundo ele, é ampliar o acesso a diagnósticos, acelerar o desenvolvimento de medicamentos e oferecer suporte direto a profissionais de saúde.

Sobre o futuro do emprego, o chefe de IA da Microsoft afirma que máquinas devem superar humanos na maioria das tarefas de trabalho dentro de 20 a 30 anos - ou até antes. Com isso, defende discutir renda básica, transições econômicas e formas de redistribuir benefícios da automação.

Para Suleyman, a IA poderá criar uma economia de “abundância”, na qual produtos, conhecimento e serviços digitais serão muito mais baratos e acessíveis. O desafio será garantir que a velocidade do avanço não deixe pessoas para trás.

Relação com OpenAI e competição no setor

O novo acordo entre Microsoft e OpenAI permite que ambas as empresas desenvolvam seus próprios sistemas rumo à superinteligência. Isso abre espaço para que Suleyman lidere um time interno dedicado a modelos mais avançados. Ao mesmo tempo, ele reconhece que o setor vive um ambiente altamente competitivo, com disputas por especialistas e investimentos históricos em data centers.

O executivo também comentou sobre rivais como Google e Anthropic e destacou que a China avança rapidamente em infraestrutura e regulação.

O executivo contou que utiliza o Copilot para registrar sentimentos e refletir sobre desafios do cotidiano, descrevendo esses momentos como conversas que o ajudam a organizar pensamentos. Para ele, esse tipo de interação tende a se tornar comum à medida que os sistemas fiquem mais personalizados.

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