Relatório destaca que a queda nas movimentações resultou em uma atividade menor na maioria das corretoras de criptomoedas (Getty/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2022 às 12h02.
Um relatório publicado pelo banco Morgan Stanley na quinta-feira, 27, aponta que 78% do total de bitcoins não foi utilizado em nenhum tipo de transação nos últimos seis meses, um número recorde e que ainda deve crescer em meio a um ambiente negativo para o setor de criptomoedas.
De acordo com os analistas do banco, "quase um ano no mercado de baixa, a maioria dos que compraram bitcoin em 2021 estão enfrentando grandes perdas e parecem estar esperando por qualquer rali para mudar sua posição".
Os analistas avaliam que "aqueles que compraram ou receberam bitcoin há mais de seis meses estão segurando suas posições, com alguns provavelmente esperando por uma recuperação nos preços".
O relatório destaca que a queda nas movimentações resultou em uma atividade menor na maioria das corretoras de criptomoedas, com exceção da Binance. A maior exchange do setor anunciou em 2022 um corte nas taxas de negociação, o que ajudou a manter a atividade de investidores e a aumentar sua parcela no volume total movimentado.
Para os analistas, o ether é agora o "elefante na sala" após a atualização no seu mecanismo de consenso, o "The Merge". Eles dizem que a criptomoeda da Ethereum está acompanhando melhor os mercados de capitais do que o bitcoin, o que sugere uma normalização maior de riscos.
Nesse cenário, os analistas acreditam que alguns investidores podem "começar a questionar a dinâmica de negociação do bitcoin".
Além disso, o relatório destaca que a maior criptomoeda do mundo tem conseguido sustentar cotações superiores a US$ 18 mil, indicando que os investidores compram o ativo quando o valor ronda uma faixa inferior para evitar que ela se concretize. Com isso, o ativo tem sido "surpreendentemente estável".
"Conforme o volume de negociação cai e há menos participantes no mercado, as negociações intradiárias têm uma influência cada vez maior nos preços. Essa atividade é mais provável de ser impactada pelo preço técnico e momento do que gestores de longo prazo", afirmam os analistas.
Para o banco, uma demanda maior de investidores institucionais pelo bitcoin e outros criptoativos dependerá da volatilidade nos preços. Empresas financeiras tradicionais têm oferecido uma ampla gama de produtos ligados ao setor, mas "a menos que haja uma alta significativa de preços, pode ser difícil ver a demanda real aumentando materialmente".
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