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Tether é uma das maiores compradoras de títulos do Tesouro dos EUA, diz executivo

Responsável pela criptomoeda pareada ao dólar USDT, empresa aposta em aquisição de títulos para compor reservas de garantia de paridade

Tether é responsável pela emissão da stablecoin USDT (Reprodução/Reprodução)

Tether é responsável pela emissão da stablecoin USDT (Reprodução/Reprodução)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 11h08.

A Tether se tornou uma das maiores compradoras mundiais de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, de acordo com Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da empresa. A companhia é a responsável pela emissão da USDT, uma criptomoeda pareada ao dólar que é a mais usada no segmento de stablecoins atualmente.

Em uma publicação nas redes sociais, Ardoino destacou que a Tether atualmente possui uma exposição de US$ 72,5 bilhões em títulos do Tesouro norte-americano. A quantia coloca o emissor de stablecoin entre os 22 maiores detentores, acima de muitos países, incluindo Espanha, México, Austrália e Emirados Árabes Unidos.

Ardoino acredita que esse desenvolvimento demonstra a relevância da USDT em diversos mercados emergentes ao redor do mundo. De acordo com ele, a criptomoeda pareada ao dólar está fornecendo às comunidades desses países uma "alternativa para se protegerem" contra a inflação desenfreada em suas moedas nacionais.

A avaliação do executivo foi uma resposta a outra publicação nas redes sociais destacando a taxa decrescente de propriedade da China de títulos do Tesouro dos Estados Unidos. De acordo com o relatório, o país está se desfazendo da dívida dos EUA e está transferindo seus fundos para o ouro.

A propriedade de bilhões em títulos do Tesouro pela Tether também foi relatada pela empresa no início deste ano. Em 31 de julho, a empresa divulgou uma declaração de reservas para a USDT, afirmando que possui até US$ 3,3 bilhões em reservas excedentes para garantir a paridade da sua stablecoin em relação ao dólar.

O movimento de transparência da Tether busca refutar as preocupações relacionadas à sua liquidez e ao lastro dos ativos que emite. Em outubro de 2021, a Tether foi multada em US$ 41 milhões pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) por compartilhar declarações "falsas" sobre suas reservas. Desde então, as autoridades não emitiram nenhum comunicado oficial sobre os relatórios da empresa.

Mercado de stablecoins

Em junho deste ano, a USDT atingiu o maior valor de mercado de sua história, superando uma marca de US$ 83,2 bilhões.O marco foi atingido depois da stablecoin ter conseguido atrair mais investidores após crises envolvendo suas duas maiores rivais, a USDC - que continua sendo a segunda maior do mercado - e a BUSD.

Em fevereiro deste ano, a Paxos, responsável por emitir a BUSD, anunciou que iria suspender a criação de novas moedas após uma ameaça de processo pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Desde então, ela perdeu investidores. O CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse que, após a medida, "a USDT teve um crescimento tremendo".

Já em março, a USDC chegou a perder sua paridade com o dólar por alguns dias. Após o anúncio de fechamento do Silicion Valley Bank, a Circle, que emite a USDC, revelou que tinha US$ 3,3 bilhões no banco em reservas que garantem a paridade da criptomoeda com o dólar. A informação gerou pânico no mercado e levou à saída de investidores, mas a paridade foi recuperada dias depois.

Atualmente, as stablecoins correspondem por quase todo o volume movimentado de criptomoedas no Brasil. Esses ativos têm chamado a atenção de grandes empresas e ganhado cada vez mais espaço no mercado como ativos de proteção de patrimônio e forma mais barata de investir no dólar. Também no Brasil, o banco BTG Pactual se tornou o primeiro do mundo a lançar uma stablecoin pareada ao dólar, o BTG Dol.

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