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Empresa diz que vai congelar criptomoedas da Venezuela usadas para driblar sanções

Tether afirmou que não vai permitir que estatal venezuelana use stablecoin para driblar sanções dos EUA

Venezuela pode usar criptomoedas para driblar sanções (Angel Navarrete/Getty Images)

Venezuela pode usar criptomoedas para driblar sanções (Angel Navarrete/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de abril de 2024 às 12h01.

A Tether anunciou nesta quarta-feira, 24, que vai congelar qualquer carteira digital que for usada pela PDVSA, a empresa estatal da Venezuela para exploração de petróleo, como forma de negociar a commodity e burlar as sanções dos Estados Unidos por meio da criptomoeda pareada ao dólar USDT.

A USDT é emitida pela Tether e é uma das stablecoins mais usadas no mercado. Nesta semana, uma reportagem da Reuters apontava que a PDVSA planejava ampliar o uso da USDT como forma de pagamento nos contratos de venda de petróleo e derivados para contornar as proibições de negociação estabelecidas pelos Estados Unidos.

Após a divulgação desse plano, a Tether afirmou ao site CoinDesk que vai congelar qualquer carteira digital usada nessas operações, já que busca "respeitar" a lista divulgada pelo governo dos Estados Unidos de entidades sancionadas. A empresa já realizou congelamentos de carteiras de outros alvos de sanções anteriormente.

Segundos fontes ouvidas pela Reuters, a PDVSA estava "lentamente aumentando" em 2023 as vendas de petróleo com pagamento em USDT, uma criptomoeda pareada ao dólar. No ano passado, os Estados Unidos retiraram diversas sanções ao país em meio ao avanço das negociações sobre a participação da oposição ao governo de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais deste ano.

Entretanto, o governo dos Estados Unidos decidiu retomar as sanções a partir de 31 de maio após candidatos da oposição venezuelana terem sido impedidos de concorrer à Presidência. As sanções atingem diretamente a negociação de petróleo e gás, dificultando as operações pela PDVSA.

A PDVSA já exige que qualquer cliente novo tenha criptomoedas em uma carteira digital. Ainda de acordo com a Reuters, a estatal tem usado intermediários para garantir que as transações com USDT serão cumpridas, mas isso também tem reduzido a parcela de lucro da empresa com as negociações.

Também neste ano, o governo da Venezuela anunciou o fim do projeto da Petro, uma criptomoeda lançada pelo país em 2018 cujo valor era garantido pelas reservas de petróleo do país. A moeda foi lançada como uma alternativa ao bolívar venezuelano e para driblar sanções dos EUA, mas teve baixa adesão dentro e fora do país.

Antes mesmo do encerramento, a Petro teve uma série de interrupções após a agência do governo responsável pelo setor de criptomoedas enfrentar um escândalo de corrupção. A Petro foi a primeira criptomoeda estatal já criada.

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