Bitcoin tem sido favorecido por perspectivas sobre juros dos EUA (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 19 de abril de 2023 às 16h00.
O bitcoin opera em queda nesta quarta-feira, 19, puxando o mercado de criptomoedas como um todo para baixo em meio a um movimento de correção por parte de investidores após uma grande ordem de venda do ativo executada por um cliente da corretora cripto Binance, levando à liquidação de posições de investidores e à desvalorização no dia.
De acordo com o CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado acumula perda de 2,8% nas últimas 24 horas, cotada a US$ 29.265. Já o ether tem uma correção maior após atingir o maior patamar em 11 meses, cotado a US$ 1.977 e com queda de 4,9%. No mesmo período, o mercado cripto como um todo acumula uma desvalorização de 4%.
Para Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, a queda do bitcoin representa uma pausa no seu último movimento de alta e reflete os dias de baixos volume de negociação, junto com um mau humor nos mercados internacionais, com bolsas em quedas e o dólar valorizando em relação a diversas moedas.
Ferreira acredita que os novos comentários do presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, reforçando a postura rígida contra criptomoedas e os dados acima do esperado de inflação no Reino Unido contribuíram para esse pessimismo na sessão, afetando também o setor cripto.
Ele avalia que o mercado voltou a rever suas projeções para os juros dos Estados Unidos e agora vê maior probabilidade de altas em maio e o junho, o que prejudica o bitcoin e outros criptoativos. Por isso, ele diz que será importante observar os "balanços nos EUA e o discurso de membros do Fed que ocorrerão durante toda a semana".
Já Tasso Lago, fundador da Financial Move, observa que o bitcoin rompeu uma figura gráfica conhecida como "cunha ascendente". Tradicional, esse símbolo que pode ser observado no comportamento de um ativo costuma antecipar movimentos de queda, como o observado. Por isso, ele não descarta que o ativo possa cair até o patamar de US$ 27 mil.
Entretanto, ele acredita que o movimento é "saudável', já que a criptomoeda "teve uma de alta praticamente direta dos US$ 21 mil aos US$ 30 mil". Além disso, Lago considera que a queda não altera a tendência de alta do bitcoin, e na verdade dá uma "oportunidade para quem está de fora comprar o bitcoin e as altcoins, que caem mais por serem mais voláteis".
Para especialistas, a forte alta do bitcoin em 2023 está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.
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