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Políticos nos EUA criticam SEC e pedem explicações sobre invasão de conta

Gary Gensler, presidente do órgão regulador, se tornou alvo das principais críticas de congressistas americanos

SEC teve conta em rede social invadida, com publicação falsa sobre ETF de bitcoin (AFP/Reprodução)

SEC teve conta em rede social invadida, com publicação falsa sobre ETF de bitcoin (AFP/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 16h18.

Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 16h24.

Políticos do governo e da oposição nos Estados Unidos criticaram o presidente da SEC, Gary Gensler, e exigiram explicações do órgão após um caso de invasão da conta do regulador no X, antigo Twitter, na última terça-feira, 9. Os invasores chegaram a publicar um anúncio falso de que a autarquia teria aceitado diversos pedidos de lançamento de ETFs de bitcoin.

O X confirmou que a conta da SEC foi invadida, mas afirmou que o comprometimento não ocorreu devido a qualquer violação dos sistemas do X, mas sim ao fato de um indivíduo não identificado ter obtido controlo sobre um número de telefone associado à conta através de um terceiro".

Após recuperar o controle da conta, a SEC afirmou que vai cooperar com as autoridades e realizar uma investigação sobre o caso. Entretanto, o regulador ainda não deu mais informações sobre quais vulnerabilidades a conta tinha e possíveis suspeitos por trás do ataque.

Gensler foi indicado para assumir a presidência da SEC após a vitória do democrata Joe Biden, assumindo o posto em 2021. Desde então, ele ficou conhecido no mercado por ser um grande crítico do mercado de criptomoedas, adotando uma postura dura e punitiva com empresas e projetos do setor. A falta de flexibilidade rendeu críticas de congressistas, em especial da oposição, ao longo de 2023.

O deputado democrata Wiley Nickel destacou após o ataque que "a SEC é responsável pelas informações financeiras mais confidenciais do nosso país e ainda não descobriu como usar a autenticação de dois fatores em sua conta do Twitter?".

Além disso, os senadores republicanos Thom Thillis e J.D. Vance enviaram uma carta para a SEC estabelecendo um prazo até o dia 23 de janeiro para que a autarquia forneça mais detalhes sobre a invasão na conta, destacando "grandes preocupações" com possíveis riscos de cibersegurança.

"Os investidores ficaram, e continuam, incrivelmente confusos com as comunicações da Comissão em torno da tão esperada e consequente decisão relativa aos ETFs de bitcoin. Os Estados Unidos têm os mercados de capitais mais profundos e líquidos do mundo e a estabilidade e a solidez são imperativas para que os investidores possam manter a sua confiança nos nossos mercados. É inaceitável que a agência encarregada de regular o epicentro dos mercados de capitais mundiais cometa um erro tão colossal", afirmaram.

Entre os questionamentos, os senadores querem saber se a SEC será obrigada a abrir uma investigação contra o próprio regulador e enviar informações e evidências para o Congresso ainda nesta semana, como definido por regras estabelecidas pela autarquia em 2023 para casos de ataques cibernéticos de empresas reguladas. A SEC ainda não se pronunciou sobre o tema.

Ainda entre os republicanos, o deputado Bill Huizenga, que preside o subcomitê de investigações e supervisão do mercado financeiro, questionou se o ataque "significa que podemos culpar uma “conta comprometida” a horrível criação de regras e a chamada 'regulamentação através da aplicação' da SEC ?".

Já a deputada republicana Ann Wagner disse que o caso "é uma clara manipulação de mercado que impactou milhões de investidores. Pretendo obter mais respostas do presidente Gensler sobre este incidente", sugerindo que a SEC ainda precisará dar mais detalhes sobre o ocorrido.

A senadora republicana Cynthia Lummis, conhecida por ser uma das maiores apoiadoras do mercado cripto, afirmou após o ataque que "anúncios fraudulentos, como o que foi feito nas redes sociais da SEC, podem manipular os mercados. Precisamos de transparência sobre o que aconteceu".

Seu colega de partido, o senador Bill Hagerty, ressaltou que "assim como a SEC exigiria a responsabilização de uma empresa se esta cometesse um erro tão colossal com impacto na movimentação do mercado, o Congresso precisa de respostas sobre o que acabou de acontecer. Isso é inaceitável".

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