Otimismo aumenta e preço do bitcoin supera tendência de baixa de 3 meses
Segundo analista do BTG Pactual, o apetite dos investidores ao risco pode estar aumentando com posições alavancadas, revelando otimismo quanto à principal criptomoeda do mundo
Mariana Maria Silva
Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 11h33.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2022 às 12h32.
Por Lucas Costa*
O bitcoin superou os US$ 40 mil e já valorizou aproximadamente 16% neste mês de fevereiro. A retomada do principal criptoativo anima os investidores e acompanha a melhora rápida dos cenários globais, tal qual observamos nos índices americanos. O cenário tem melhora significativa e podemos acompanhar alguns indicadores apontando sinais positivos.
A análise de hoje traz alguns aspectos relacionados à alavancagem que podemos observar de alguns players no mercado. A financeirização do bitcoin (contratos futuros, swaps, etc.) faz com que os drivers de preço se tornem mais complexos e oferece diversas opções de exposição ao mercado que não necessariamente seja pelo ativo objeto. O gráfico apresentado mostra as posições em contratos de bitcoin alavancado em três vezes, ou seja, que garantem uma exposição triplicada na performance da cripto e pode ser uma ferramenta para os investidores com maior apetite a risco.
O volume dos contratos alavancados teve um aumento muito grande no mês de fevereiro e representa maior apetite a risco pelos investidores. O aumento desse tipo de exposição pode indicar também uma maior sensibilidade do mercado às mudanças de preço, o que tende a amplificar movimentos. É importante ressaltar que qualquer frustração da alta também pode ser acelerada, justamente pelo nível de alavancagem do mercado e necessidade de fechamento das posições por chamada de margem.
O gráfico diário mostra nosso novo estudo, que tem como referência o rompimento da linha de tendência de baixa (vermelho), que acompanhava o movimento de queda, e sua superação sinalizou essa melhora de cenário para o principal criptoativo. O preço trabalha acima da média móvel de 21 períodos e o Índice de Força Relativa está acima de 50, sinalizando pressão compradora. É importante que tenhamos a formação de um fundo mais alto que o anterior, acima dos US$ 37 mil, para formação de um pivô de alta. As próximas resistências são a média móvel de 200 períodos em US$ 49,35 mil e as retrações de Fibonacci em US$ 52,02 mil (61,8% de Fibonacci) e US$ 57,95 mil (76,4% de Fibonacci).
A estratégia que pode ser adotada por quem já está posicionado é observar o teste da média móvel de 200 períodos em US$ 49,35 mil, que caso não seja rompida, recomendamos uma diminuição de exposição. O alvo final para operações de swing trade são os US$ 57.948 e o topo dos US$ 69 mil. Os investidores que estão esperando uma nova oportunidade de entrada podem ter uma melhor relação de risco/retorno caso o preço forme um fundo mais alto que o anterior em US$ 40 mil, permitindo um stop mais curto em relação ao alvo mais longo, e com maior confirmação da retomada de tendência de alta.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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