Mt. Gox declarou falência em 2014, quando liderava mercado de corretoras (Kiyoshi Ota/Bloomberg)
Repórter do Future of Money
Publicado em 31 de julho de 2024 às 14h51.
Última atualização em 31 de julho de 2024 às 15h02.
A Mt. Gox realizou na última terça-feira, 30, uma nova transferência de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,45 bilhões, na cotação atual) em bitcoin. O movimento faz parte dos pagamentos para seus ex-clientes, mas o mercado monitora de perto a operação devido ao temor de impactos negativos no preço da criptomoeda.
A movimentação foi identificada pela empresa de análise de blockchains Arkham Intelligence, que afirmou que a quantia foi enviada para uma carteira digital ainda não identificada. O mais provável, porém, é que ela seja de uma das corretoras de criptomoedas que estão realizando os pagamentos.
Na semana passada, a Mt. Gox também transferiu 37.477 bitcoins, equivalentes a US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões, na cotação atual) para uma carteira digital desconhecida que, em seguida, foi associada à exchange Kraken, que já começou os ressarcimentos dos antigos clientes da empresa.
No momento, pouco mais de 50% dos bitcoins devidos aos credores da Mt. Gox foram distribuídos, de acordo com dados da CryptoQuant. Isso significa que cerca de US$ 6 bilhões em unidades do ativo já foram devolvidos, de um total de mais de US$ 10 bilhões.
Enquanto alguns veem isso como um possível evento de venda em massa por parte dos antigos clientes, que poderiam realizar lucros após anos de espera e derrubar o preço do bitcoin, vários analistas sugeriram que os temores são amplamente exagerados.
O chefe de pesquisa da Galaxy Digital, Alex Thorne, disse que mais da metade das unidades da criptomoeda reembolsadas aos credores é devida a vários fundos e não chegará diretamente ao mercado de negociação à vista.
Thorne acrescentou que mesmo os fundos reembolsados diretamente aos credores individuais não devem atingir o mercado de uma só vez, dizendo que é provável que muitos credores da Mt. Gox sejam mais focados em novas valorizações no longo prazo, sem vender o ativo.