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Mastercard e cripto: “Se você quiser pagar com bitcoin, queremos ajudar”

Vice-presidente da Mastercard explica visões da empresa sobre o mercado cripto, diz que ativos digitais "vieram para ficar" e promete serviços ligados ao setor

(SOPA Images/Getty Images)
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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 30 de setembro de 2021 às 14h57.

A Mastercard já demonstrou interesse na tecnologia blockchain em diversas oportunidades, mas agora parece interessada em seguir os passos da Visa e atuar como facilitador para os clientes que desejam pagar com bitcoin ou outras criptomoedas.

"Se você quiser pagar com bitcoin, queremos ajudar", disse Walter Pimenta, vice-presidente da Mastercard para a América Latina e o Caribe, segundo o site Livecoins. Segundo o executivo, a rede Mastercard não deve utilizar o bitcoin diretamente, mas fazer intermediação entre corretoras e empresas do mercado cripto e os consumidores - é o mesmo caminho adotado pela Visa.

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Walter afirmou também que acredita que a volatilidade do bitcoin é um problema quando se fala em usar a criptomoeda como meio de pagamento, já que, segundo ele, o preço do ativo pode oscilar enquanto uma transação está sendo confirmada.

“Se eu tivesse comprado um carro por dois bitcoins, o que hoje é equivalente a 90 mil dólares, até que a transação fosse efetivada na blockchain dessa moeda, pode fazer com que a empresa que receba 90, 150, ou 40 mil dólares. Então essa volatilidade no contexto de moedas digitais é uma coisa que preocupa”, afirmou. Segundo ele, o bitcoin é atualmente um ativo especulativo.

Ele ainda disse que a Mastercard acredita que nem todo ativo digital pode ser chamado de criptomoeda, e que enxerga três grupos de ativos digitais diferentes. O executivo citou as moedas digitais de bancos centrais (as chamadas CBDCs), as stablecoins e as criptomoedas. Essa divisão serve para que a empresa possa adotar estratégias diferentes em cada grupo, com produtos específicos para diferentes demandas.

Walter Pimenta afirmou que a Mastercard pretende trabalhar em conjunto com o bancos centrais no que diz respeito às CBDCs. Já sobre as stablecoins, a empresa trabalha em parceria com a Circle, responsável pelo token USDC, cujo valor é atrelado ao dólar e que também atua com a concorrente Visa.

Já sobre o que ele chama de criptomoedas, apesar de falar da disposição em trabalhar com parceiros para oferecer a possibilidade de usar esses ativos como método de pagamento, ele afirma enxergar diferente, mas diz que as criptos já são uma realidade: “É um tema que veio para ficar. A América Latina é uma das regiões onde tem mais traders. Mas vemos hoje esse grupo de moedas como um ativo de investimento, especulatório, e não necessariamente como um instrumento de pagamento”.

Envolvida com soluções em blockchain há cerca de cinco anos, a Mastercard já selecionou empresas do setor para seu programa de aceleração de startups - que inclusive contou com uma empresa brasileira em sua última edição. Além disso, comprou recentemente uma empresa de análise e monitoramento de dados em blockchain e já reconheceu em relatório o aumento no interesse dos consumidores pelos ativos digitais.

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