Bitcoin se recuperou após forte queda (Mike Kemp/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 23 de julho de 2024 às 14h51.
Última atualização em 23 de julho de 2024 às 15h03.
O banco JPMorgan divulgou um relatório em que avalia que "qualquer recuperação" no mercado de criptomoedas no curto prazo, incluindo altas do bitcoin, deve ser temporária, sem indicar um novo ciclo de valorização mais prolongada entre os ativos do setor.
Na visão de analistas do banco, a recuperação recente no preço do bitcoin envolve um movimento "tático", mas os fundamentos em torno do ativo dificultam uma manutenção dos ganhos. O principal motivo é o elevado custo de produção atual da criptomoeda, na casa dos US$ 43 mil.
Considerando a atual cotação do ativo, na casa dos US$ 67 mil, o preço da criptomoeda estaria "muito alto" em relação ao custo. Na comparação com o ouro e ajustando o custo de produção para a volatilidade do ativo, o custo de produção atual estaria na casa dos US$ 53 mil, número ainda maior.
Por outro lado, os analistas esperam que o bitcoin e o ouro sejam beneficiados no curto prazo por uma probabilidade maior de vitória do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump nas eleições presidenciais do país neste ano. O relatório, porém, foi divulgado antes da substituição do seu adversário, Joe Biden, por Kamala Harris.
Segundo o JPMorgan, "uma segunda Presidência de Trump é vista por alguns investidores como mais amigável com as empresas de cripto e com as regulamentações do setor de criptoativos, em contraste com a atual administração Biden".
O cenário portanto, ainda pode ser mais positivo para o mercado de criptomoedas, mas os movimentos em torno das eleições nos Estados Unidos criaram um ambiente de volatilidade para a classe de ativos, dependendo dos acontecimentos e das chances de vitória de Trump.
Devido aos custos elevados de produção, o JPMorgan acredita que o bitcoin e outros ativos digitais ainda não estão no momento ideal para iniciar um novo ciclo prolongado de alta, como o observado nos primeiros meses de 2024.