Investimento em criptomoedas por brasileiros atinge maior valor desde setembro de 2022
Dados da Receita Federal apontam crescimento de operações de pessoas-físicas em janeiro, apesar de recuo por parte de CNPJs
Repórter do Future of Money
Publicado em 2 de março de 2023 às 14h13.
Última atualização em 2 de março de 2023 às 14h14.
O Brasil registrou em janeiro de 2023 o maior número de operações com criptomoedas declaradas por CPFs à Receita Federal desde setembro de 2022. Ao mesmo tempo, as movimentações por CNPJs recuaram em relação a dezembro, mas tiveram o segundo maior valor da série histórica.
De acordo com os dados divulgados pela Receita Federal, 1,351 milhão de pessoas declaram operações envolvendo criptoativos no primeiro mês de 2023. Em dezembro, fora 912 mil, o que representou um crescimento de 48,1% na comparação mensal.
Já as declarações por CNPJs somaram 48,3 mil em janeiro, contra 63,5 mil em dezembro, uma queda de 24,1%. O valor ainda superou o segundo maior da série histórica, de novembro de 2022, quando ocorreram 48,1 mil operações declaradas ao órgão brasileiro.
Na divisão por local em que a operação foi realizada, as operações com corretoras de criptomoedas no exterior subiram de R$ 696 milhões para R$ 798 milhões, com uma alta puxada pelas operações de CNPJs. As movimentações sem uso de exchanges subiram de R$ 1,84 bilhão para R$ 1,99 bilhão, enquanto as com uso de exchanges brasileiras cresceram de R$ 10,71 bilhões para R$ 12,09 bilhões.
Com isso, o total de operações declaradas à Receita Federal atingiu o maior valor desde maio de 2022. Naquele mês, foram movimentados R$ 17,25 bilhões, com quedas desde então. Em dezembro, foram R$ 13,25 bilhões declarados. A alta mensal em janeiro foi de 12%.
O primeiro mês de janeiro também encerrou uma tendência iniciada em maio de 2022: uma alta mês após mês na participação de investidoras em operações com criptomoedas. Dezembro de 2022 segue com o recorde nesse quesito, com 27,26% das operações partindo de mulheres. Em janeiro, houve queda para 25,87%, mas o valor é o segundo maior da série.
Na divisão por tipo de ativo, o bitcoin manteve a liderança. A Receita Federal recebeu 1,61 milhão de operações envolvendo a maior criptomoeda do mercado, com um valor total de R$ 992 milhões. Em dezembro, foram 1,19 milhão de operações, resultando em R$ 912 milhões movimentados.
O ether, associado ao blockchain Ethereum, se manteve na segunda posição em relação ao número de operações, com 615 mil, movimentando R$ 254,2 milhões. Em dezembro, foram 412 mil operações e R$ 177,8 milhões declarados.
Porém, em termos de valor movimentado, o Tether (USDT) assume a liderança do setor de criptomoedas no Brasil. A stablecoin atrelada ao dólar teve 179 mil operações em janeiro, totalizando R$ 12,16 milhões, um recorde de toda a série histórica. Em dezembro, foram 160 mil operações e R$ 10,1 milhões movimentados.
O crescimento das operações com criptomoedas no Brasil ao longo do primeiro mês do ano coincidiu com uma recuperação desses ativos, desencadeada pela melhora na perspectiva macroeconômica global. O bitcoin, por exemplo, subiu mais de 30% em janeiro, enquanto o ether valorizou 40%. O setor desacelerou o movimento de alta em fevereiro, mas segue com saldo positivo.
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