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Ilha no Oceano Pacífico quer se tornar "cripto-democracia"

A Ilha Satoshi quer criar primeira democracia baseada no blockchain do mundo.

Ilhas no Pacífico (wikimedi/Wikimedia Commons)

Ilhas no Pacífico (wikimedi/Wikimedia Commons)

Uma pequena ilha no meio do Oceano Pacífico quer se tornar o paraíso das criptomoedas.

A pequena Ilha Satoshi, uma faixa de terra de 3 quilômetros quadrados que se chamava Lataro, começou a atrair um grupo de entusiastas de criptomoedas, que agora querem criar a "primeira democracia baseada em blockchain".

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A ilha, situada no estado de Vanuatu, as Fiji e as ilhas Salomão, fui renomeada em homenagem ao Satoshi Namamoto, mitológico fundador do Bitcoin.

Iniciativa de uma empresa particular

A iniciativa de transformar a ilha em um "cripto-estado" foi proposta pela Satoshi Island Limited, que alega ter recebido a autorização do primeiro-ministro de Vanuatu.

A empresa divulgou em seu site a carta de autorização, com carimbo e assinatura governamental.

E agora estaria pronta para começar a realização concreta.

Para a empresa, a Ilha Satoshi quer "reunir milhares de profissionais e entusiastas de criptomoedas de todo o mundo".

Aqueles que querem criar um projeto de criptografia nesse pedaço de paraíso exótico serão os bem-vindos.

NFTs como títulos de propriedade (e certidão eleitoral)

A ilha será dividida em sete "zonas NFTs".

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Os lotes serão distribuídos através da atribuição (gratuita na primeira rodada promocional) desses tokens.

Os NFTs serão verdadeiros certificados de propriedade, com seu um mercado dedicado.

Mas esses tokens não servirão apenas como títulos de propriedade. Eles evoluirão para dar direito à cidadania na Ilha Satoshi.

Será graças aos NFTs que os cidadãos da "cripto-democracia" poderão participar de escolhas coletivas, ou poderão iniciar atividades econômicas.

E, sobretudo, só os cidadãos (que serão no máximo 21 mil) poderão construir no terreno que possuem via NFTs.

A empresa já está prevendo módulos pré-construídos e 100% sustentáveis.

O custo unitário de cada NFT será de 60 mil dólares.

E, claro, os influenciadores verificados no Twitter terão um lugar preferencial na fila.

Afinal, criptomoedas vão sempre juntas com o marketing digital.

Ilha Satoshi não é a primeira tentativa

A tentativa na Ilha Satoshi não é a primeira nessas latitudes.

O arquipélago de Palau também aspira a ter sua stablecoin estatal, a primeira do mundo.

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Mas o projeto Cryptoland, criado em Fiji, acabou falhando recentemente devido à impossibilidade de comprar a ilha que deveria hospedá-lo.

Nesse caso, o problema será resolvido graças ao antigo dono da ilha, o britânico Anthony Welch, que viveu lá por doze anos junto com sua mulher Theresa em um estado quase selvagem. Muito parecido com o de Robinson Crusoé.

Welch tentou vender a ilha por US$ 12 milhões, sem sucesso.

Mas pouco tempo depois teria sido contactado pelos promotores dessa "cripto-democracia", cujo projeto o levou a retirar a ilha do mercado.

Agora ele se tornou parte do projeto de "cripto-democracia", aceitando um arrendamento de 75 anos.

Para ele, a propriedade da terra é a chave para o sucesso da Ilha Satoshi.

Zonas cinzentas do projeto

Entretanto, existem ainda zonas cinzentas sobre esse projeto.

Por exemplo, pouco se sabe sobre os financiadores da iniciativa, sobre as modalidades na base das quais esse projeto será implementado, sobre os preços dos imóveis e sobre as regras para controlar e evitar o fluxo de capitais ilegais ou contrastar a lavagem de dinheiro.

Mas, como se sabe, as ilhas são o lar das utopias. Desde Platão, que desencadeou o mito da Atlântida, a Thomas More que consagrou seu nome, o lugar ideal para sonhar é sempre no meio do mar.

Os próximos anos dirão se essa ilha utópica das criptomoedas vai se tornar um sucesso ou afundar no meio das águas azuis do Oceano Pacífico.

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