Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 10h00.
A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou um relatório nesta semana em que projeta que a mineração de criptomoedas e a inteligência artificial deverão registrar um crescimento nos seus consumos de energia até 2026. O organismo multinacional intergovernamental espera ainda que o mercado de energia tenha "mudanças profundas" nos próximos anos.
De acordo com o relatório da AIE que analisa padrões de uso energético até 2026, "a geração de energia é atualmente a maior fonte de emissões de dióxido de carbono (CO2) do mundo, mas também é o setor que lidera a transição para emissões líquidas zero". Por isso, as energias renováveis deverão se tornar as principais fontes em 2025.
O crescimento do consumo de energia caiu de 2,4% em 2022 para 2,2% em 2023, mas espera-se que ele aumente para 3,4% até 2026. A China e a Índia serão os principais responsáveis por esse crescimento.
Enquanto isso, o consumo de energia de data centers, operações de inteligência artificial e criptomoedas pode mais que dobrar nesse período e ultrapassar 1.000 terawatts-hora (TWh). A IA deve liderar o crescimento do consumo de energia nesse grupo com a expectativa de um aumento de dez vezes entre 2023 e 2026.
Apenas o ChatGPT deverá consumir quase 10 TWh por ano nesse período, proejta a AIE. A agência afirma ainda que cada solicitação ao ChatGPT consome quase 10 vezes mais energia do que uma pesquisa no Google.
Um terawatt-hora poderia abstecer 70 mil residências nos Estados Unidos durante um ano. Na comparação contínua com outras nações do mundo, isso significa que as criptomoedas e o mercado relacionado a essa classe de ativos alcançarão o nível de consumo energético do Japão.
O bitcoin consumiu 120 TWh em 2023, de um total de 130 TWh usados em todo o setor de mineração de criptomoedas, segundo a agência. O total do setor foi superior aos 110 TWh de 2022, quando representou 0,4% do consumo mundial de energia. A AIE prevê que a mineração de criptomoedas consumirá 160 TWh até 2026.
O relatório destacou as criptomoedas como um motivo de preocupação: "Os desafios na redução do consumo de eletricidade permanecem, pois a economia de energia pode ser compensada por aumentos em outras operações que consomem energia, como outras criptomoedas [além do bitcoin], mesmo que algumas se tornem mais eficientes."
Dados apontam que a mineração de bitcoin usa 54,5% de energia provenientes de fontes sustentáveis, o que ajuda a reduzir o impacto ambiental da prática.
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