Bitcoin, ether e Algorand são algumas das criptomoedas citadas por analistas (Reprodução/Unsplash)
As criptomoedas vêm enfrentando um 2022 difícil, marcado por fortes desvalorizações ligadas aos ciclos agressivos de alta de juros nas grandes economias. Entretanto, o mês de novembro pode trazer um início de melhora no quadro macroeconômico, algo que ajudaria o setor.
Um levantamento da BitPreço, por exemplo, aponta que a oportunidade atual de investimento e acumulação desses ativos deve se manter nos próximos meses. Para a Titanium Asset, o desempenho do segmento dependerá principalmente dos dados econômicos dos Estados Unidos, que indicarão quando o ciclo de alta de juros no país começará a desacelerar.
Para Israel Buzaym, head de comunicação da BitPreço, um alívio no cenário inflacionário enfraqueceria os ciclos de alta e beneficiaria as criptomoedas, com investidores voltando a focar nos fundamentos dos ativos. Entretanto, ele ainda espera um mês conservador no mercado.
Somado ao quadro macroeconômico, cada criptoativo possui características técnicas próprias, ou notícias associadas aos seus projetos, que podem torná-lo mais ou menos atraente para os investidores.
Considerando esses fatores, especialistas indicaram para a EXAME seis criptomoedas que merecerão a atenção de quem acompanha o setor neste mês. Confira:
Maior criptomoeda em termos de valor de mercado e volume, o bitcoin não poderia ficar fora da lista. Para a exchange Coinext, o ativo deu sinais no mês anterior "de que uma recuperação pode estar perto", em especial durante o fim de outubro, com uma tentativa de valorização.
Para a corretora de criptomoedas, a alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juro dos Estados Unidos anunciada pelo Federal Reserve na reunião de novembro indica um cenário de lateralização ainda mais forte, com o bitcoin "lutando para manter o patamar" atual.
Já Buzaym observa que "o bitcoin continua tendo as mesmas características que dão valor a ele, com destaque para a escassez programada e para a não sujeição aos efeitos de políticas monetárias inflacionárias", o que deve ser positivo quando o quadro macro melhorar.
Segunda maior criptomoeda em termos de valor de mercado, o ether é usado nas negociações envolvendo a rede blockchain Ethereum, que recentemente passou pela sua maior atualização até o momento, o "The Merge".
A Coinext avalia que "após a euforia sobre a atualização da troca de consenso de prova de trabalho para prova de participação, houve uma correção sobre o preço do ether e, agora, o mercado parece estar voltando a olhar com atenção para essa criptomoeda e para essa blockchain".
A exchange ressalta que a Ethereum é a "principal rede blockchain do criptomercado", servindo como a "escolha número um" para desenvolvedores de projetos, tokens, jogos e metaversos.
Esse quadro deve se manter, com a rede "se movendo para continuar em destaque e atraindo parceiros". A expectativa da corretora de criptomoedas é que novidades de adoção ou parcerias de grandes agentes com a rede, caso do anúncio recente do Google, evidenciem esse papel da Ethereum, ajudando na valorização do ether.
O ALGO é a criptomoeda da Algorand, uma rede blockchain usada principalmente para a produção de tokens não fungíveis (NFTs), em especial os chamados fan tokens. Esse tipo de criptoativo costuma estar ligado a algum esporte, com destaque para o futebol.
Exatamente por isso, a Titanium Asset avalia que o ativo pode ter um bom mês devido ao início da Copa do Mundo, em que a empresa responsável pelo blockchain atuará como patrocinadora oficial.
A Algorand e a FIFA já anunciaram uma parceria para o lançamento de NFTs oficias do torneio em sua plataforma, que serão negociados por entusiastas e investidores.
A Titanium destaca que "em geral, as Copas do Mundo se tornam eventos em que há alta procura de colecionáveis esportivos e ativos ligados a esse universo", o que deve ser benéfico para um segmento de criptoativos mais maduro em relação ao último torneio, em 2018.
Com isso, a expectativa é de "uma demanda maior pelo blockchain da Algorand não apenas pela sazonalidade, mas também pelos comerciais que devem ser vinculados juntamente a FIFA".
A Arweave é uma rede blockchain cujo protocolo é voltado para tecnologias de armazenamente descentralizado. Atualmente, ela possui uma criptomoeda própria, a AR, muitas vezes também referenciada pelo próprio nome da rede.
A Titanium Asset explica que a empresa por trás do projeto "recentemente fechou contrato com a Meta, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, para fornecer soluções de armazenamento de NFTs e outras informações do Instagram, um dos principais produtos da empresa".
O acordo "deu um efeito imediato na moeda, causando uma valorização de 61%", e a gestora considera que os investidores podem reagir positivamente a novos movimentos da empresa, como uma integração definitiva à rede social.
Esse tipo de novidade pode causar "e novos movimentos relevantes de alta, com o uso maior da blockchain por parte da Meta".
Criptomoeda da rede Chainlink, a LINK surgiu junto com o projeto, em 2017. Ele tem o objetivo de servir como uma ponte entre o universo dos criptoativos e o mundo real, permitindo o envio de dados do mundo exterior para o ambiente do blockchain.
Para Lucas Josa, analista do BTG Pactual, um dos grandes problemas da LINK era o funcionamento da sua economia específica, a chamada tokenomics. Entretanto, em um evento recente, os principais desenvolvedores por trás do projeto anunciaram os seus próximos passos.
"Entre eles está o staking, que deve ser lançado em dezembro", comenta o analista, se referindo à modalidade de depositar um criptoativo na rede com a opção de receber algum valor em troca.
Somando essas novidades ao fato da Chainlink ser "uma das, se não for a, solução mais importante do mercado cripto", Josa vê um cenário interessante para a criptomoeda.
A Titanium Asset observa ainda que as mudanças apresentadas "podem tornar a blockchain uma das complexas e desenvolvidas no longo prazo", o que pode atrair investidores.
O MATIC é a criptomoeda nativa da Polygon, uma rede de contratos inteligentes focada em escalabilidade e cujo projeto ficou conhecido no mercado por inovações que se popularizaram depois de serem reveladas.
Para Lucas Josa, a Polygon "tem trabalhado em diversas frentes, se posicionando como uma das principais empresas de infraestrutura para a Web3".
"O anúncio da parceria com a Meta para criação e distribuição de NFTs de criadores de conteúdo dentro da plataforma do Instagram pode impulsionar a demanda pelo token MATIC", avalia o analista.
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