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Entenda o sucesso — e o futuro — dos populares NFTs "Bored Ape Yacht Club"

A coleção de NFTs Bored Ape Yacht Club criou um modelo facilmente copiável para atingir a adoção popular. Mas isso não significa que eles continuarão reinando no mercado

Avatares de macacos fizeram sucesso com famosos como Post Malone e Steph Curry (Sotheby's/Reprodução)

Avatares de macacos fizeram sucesso com famosos como Post Malone e Steph Curry (Sotheby's/Reprodução)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 30 de novembro de 2021 às 16h31.

Última atualização em 30 de novembro de 2021 às 17h41.

Por Will Gottsegen*

A tecnologia por trás dos NFTs, ou tokens não fungíveis, não mudou tanto assim desde o desenvolvimento do padrão ERC-721 — formato de código utilizado na maioria dos colecionáveis do mundo cripto.

Isso porque até 2021, os NFTs eram conhecidos apenas pelos entusiastas dos criptoativos. Mesmo com a ascensão dos CryptoKitties em 2017, os NFTs não se tornaram imediatamente uma referência estética ou cultural para além do ecossistema cripto — apesar de terem se tornado um problema para a mídia.

Com o sucesso do "Bored Ape Yacht Club" — a coleção de imagens grosseiras de macacos em estilo cartoon, que deu origem a um crescente império da mídia no último ano — agora essa dinâmica começa a mudar.

Quando o artista digital Beeple ajudou a desencadear o frenesi atual sobre os NFTs, a maioria dos marketplaces de NFTs mais populares, como Nifty Gateway e SuperRare, aceitaram que o padrão era constituído por memes como foguetes, touros e o sapo Pepe. As coisas começaram a mudar quando os CryptoPunks surgiram em outdoors em toda a América do Norte e chegaram à casa de leilões Christie’s.

Agora, estamos no que você pode chamar de “Era do Bored Ape Yacht Club” na história da arte em NFT. O sucesso da coleção ajudou na ascensão de outras coleções com temas de animais, conhecidas como “10k” por conta do estoque limitado de 10.000 imagens/tokens, que pegaram a fórmula para si e fizeram sucesso com isso: Lazy Lions, Cool Cats, Pudgy Penguins e Doge Pound são alguns dos projetos deste tipo que mais se valorizaram.

Visualmente, todos eles são extremamente similares: retratos em 3x4 acima dos ombros. Geralmente são utilizados como foto de perfil em redes sociais.

Post Malone, Jimmy Fallon, Lil Bab e Steph Curry estão entre os donos mais famosos de “Bored Apes” atualmente, graças à programas de incentivo de plataformas cripto como a MoonPay.

No último final de semana, o rapper Future comprou um Bored Ape (também através da MoonPay) e ganhou um NFT da “Doodle” de um dos fundadores da coleção. Ele até mesmo publicou no Twitter a sigla “WAGMI”, sigla para we all gonna make it (ou “todos nós conseguiremos”), comumente utilizada durante movimentos de alta no mercado cripto.

Por agora, é isso que os NFTs são culturalmente. Consumidores do mainstream com pouco conhecimento da tecnologia não estão pensando em experimentos de arte ou coleções diversas de arte digital, nem mesmo no projeto de NFTs em 3D dos criadores do CryptoPunks que buscam o minimalismo digital. Os Bored Apes, com sua estética incrivelmente similar e seu aspecto de comunidade muito importante, são o marco inicial, assim como foram por boa parte desse ano.

É claro, existem muitas razões para duvidar se a coleção continuará fazendo sucesso. O mercado cripto tende a se movimentar em ciclos, e se tudo quebrar inesperadamente, novos paradigmas de NFTs podem surgir.

Também há o fato de que NFTs no estilo Bored Ape não têm muito apelo ao se observar (Lazy Lions e Cool Cats podem ser até fofinhos). Uma coleção spin-off chamada Mutant Ape Yacht Club leva esse visual ao extremo do lado grotesco. É como se eles te desafiem a fazer piadas sobre eles, a questionar como qualquer pessoa gastaria tanto dinheiro nessas imagens.

Esse modelo da coleção criou um um impacto cultural real, além do mundo cripto, por isso continua tendo muito sucesso e sempre terá um lugar ao sol por uma razão. Mas não há motivos para continuar dominando o mercado de forma praticamente exclusiva.

* Will Gottsegen escreve para a CoinDesk.

Este é um conteúdo da CoinDesk. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

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