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Empresas de cripto e blockchain contrataram quase 1.000 por mês em 2021

Apesar da maior parte da procura ser por desenvolvedores de software, esse foi o campo com maior queda no número de vagas em relação a 2020

Ao todo, considerando apenas as maiores empresas, foram mais de 10.000 novos funcionários contratados em 2021 (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

Ao todo, considerando apenas as maiores empresas, foram mais de 10.000 novos funcionários contratados em 2021 (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)

Após um 2021 intenso, com IPOs, rebrandings e adoção das grandes instituições financeiras, o mercado de criptoativos é um dos mais aquecidos também no campo das vagas de trabalho. Colton Sakamoto, CEO do Crypto Jobs, plataforma para empregos relacionados a cripto, divulgou nesta semana um relatório com dados e análises sobre o assunto e mostrou que empresas do setor contrataram quase 1.000 novos funcionários por mês ao longo do ano.

Ao todo, considerando apenas as maiores empresas, foram mais de 10.000 novos funcionários contratados em 2021, levando o total de trabalhadores do setor para mais de 200.000 pessoas. É verdade que a maior parte dos empregos nesse setor tem relação com desenvolvimento de software, área que responde por quase 30% das vagas listadas no ano passado. Mas o departamento com maior crescimento na procura por profissionais foi o de Marketing, que subiu 3,2% em relação a 2020. Em segundo e terceiro lugares estão vagas em gerência e operações em IT, ambas com crescimento anual de 2,4%.

A procura por vagas em desenvolvimento de software, por sua vez, foi a que mais diminuiu, com queda de 5% na comparação com o ano anterior. Essa tendência deve continuar conforme o mercado se institucionaliza, diz o relatório.

Os maiores contratantes no mercado cripto em 2021 foram as corretoras. Apenas Coinbase, Binance e Kraken contrataram juntas mais de 4.000 pessoas. A demanda sem precedentes pelos criptoativos também exige maior infraestrutura das plataformas, o que por sua demanda mais contratações. 36% dessas contratações foram para trabalho remoto, já que empresas como a própria Coinbase não tem sede - o home-office, inclusive, já era bastante comum no mercado cripto antes da pandemia, já que ele é baseado no universo digital.

O volume em M&A (sigla para "mergers and acquisitions", ou "fusões e aquisições", em português) cresceu mais de 700% no ano passado. Ao todo, mais de 6 bilhões de dólares foram movimentados, o que é quase duas vezes mais do que a indústria havia movimentado nos últimos 8 anos combinados.

Parte dos recursos para isso vieram de investidores, mais de 1.700 negócios com fundos de venture capital (que investem em startups) foram fechados, colocando 30 bilhões de dólares dentro de empresas relacionadas aos criptoativos. O resultado: mais de 65 empresas do ramo atingiram nível de unicórnio, ou seja, avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares - mais companhias atingiram esse status em 2021 do que nos últimos quatro anos juntos.

E o que pode seguir um ano tão expressivo? De acordo com Sakamoto, o mercado está em um ponto de inflexão. Enquanto o bitcoin e o ether se tornam mainstream, diz, será cada vez mais comum ver mais IPOs, mais startups surgindo e mais vagas de trabalho no universo de cripto e blockchain. No início desse ano, por exemplo, o LinkedIn anunciou um aumento de 395% no número de vagas para trabalhar com criptomoedas.

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