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Crypto Insights: a volatilidade do bitcoin

Entenda como a volatilidade do bitcoin reduziu nos últimos anos e o que ela representa para o mercado de criptomoedas e seus retornos

Volatilidade do bitcoin não está tão distante de ações de grandes empresas como Tesla e Netflix (Reprodução/Unsplash)

Volatilidade do bitcoin não está tão distante de ações de grandes empresas como Tesla e Netflix (Reprodução/Unsplash)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2022 às 09h38.

Última atualização em 29 de março de 2022 às 21h15.

Por André Portilho*

@anportilho

Uma das coisas mais faladas a respeito do bitcoin é a sua volatilidade. Quando olhamos os números, realmente o bitcoin tem uma volatilidade de preço alta. Mas vamos analisar mais de perto para entender melhor o que é essa volatilidade, de onde vem e o que ela significa.

Em primeiro lugar, é importante a gente entender o que é a volatilidade e como ela é medida. De forma simplificada, volatilidade é um termo genérico que a gente usa para se referir a uma variação de preços. Quanto varia em média o preço um ativo em uma determinada janela de tempo. Há várias formas de se medir isso, mas a mais usada é o desvio padrão.

Por essa medida, o bitcoin tem hoje uma volatilidade anual de 55%, o que certamente o coloca na categoria de ativos muito voláteis. Em comparação, por esta mesma medida, o Ibovespa, que é o índice de ações da bolsa brasileira, tem uma volatilidade de 21%.

Mas vamos aprofundar um pouco mais essa análise. Primeiro, podemos verificar que a volatilidade do bitcoin vem caindo ao longo dos anos. Em 2014, este número era 160%. Em 2018, 90%. Essa queda na volatilidade tem a ver com evolução da tecnologia e o aumento da adoção do bitcoin palas pessoas e organizações. Falo sobre isso no último Crypto Insights, se você não assistiu, clique aqui.

Em segundo lugar, quando a comparamos a volatilidade do bitcoin com alguns outros ativos conhecidos, percebemos que ele não está tão sozinho assim. A volatilidade das ações do Facebook está em 51%, a da Netflix está em 47% e a das ações da Tesla, empresa de carros elétricos do Elon Musk, está em 57%. Ou seja, mesmo sendo um ativo volátil, o bitcoin tem boas companhias ao seu lado.

O outro aspecto que temos que entender é de onde vem essa volatilidade. O bitcoin e os criptoativos são tecnologias relativamente novas com um grande caminho de desenvolvimento pela frente. Todo investimento em uma nova tecnologia traz junto um alto grau de incerteza e uma assimetria de retornos futuros. A volatilidade que a gente observa nos preços é uma consequência disso.

Uma vez que entendemos de onde vem a volatilidade do bitcoin e a característica assimétrica dos retornos, ou seja, se a tecnologia der certo e de fato seguir crescendo ela pode multiplicar dezenas de vezes, dá para fazer algumas outras contas. Quando falamos de investimentos, não dá para se falar em retorno e volatilidade de forma separada. É aquela famosa relação risco/retorno que tanto ouvimos falar.

Se um ativo tem muito risco, para compensar o investimento, esse risco deveria vir acompanhado de um alto potencial de retornos. Caso contrário essa relação fica desfavorável e o investimento não vale a pena.
O retorno anual composto do bitcoin é de mais de 200% ao ano nos últimos dez anos. Comparando esse número com uma volatilidade em torno de 55%, temos uma relação risco/retorno muito favorável.

Para terminar vale uma consideração importante: os números e estatísticas que trouxe são medidas passadas, ou seja, usando as séries de preço dos últimos anos. Isso nos dá uma medida do que aconteceu até aqui, mas nada garante que no futuro esses números e relações vão ser os mesmos. O trabalho de qualquer investidor ou trader é entender essas relações, montar teses e cenários para o futuro e construir a sua carteira em cima disso. Fácil, né?!

A gente se vê semana que vem em mais um Crypto Insights!

https://www.youtube.com/watch?v=xSd2fHcbnIM

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