Future of Money

Criador da Ethereum diz que bitcoin precisa "melhorar sua tecnologia"

Vitalik Buterin afirmou que blockchains de primeira camada, como da criptomoeda, são caras, exigindo alternativas mais acessíveis

Vitalik Buterin é um dos criadores do blockchain Ethereum (Michael Ciaglo/Getty Images)

Vitalik Buterin é um dos criadores do blockchain Ethereum (Michael Ciaglo/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 29 de junho de 2023 às 12h00.

Vitalik Buterin, um dos fundadores do blockchain Ethereum, afirmou na última quarta-feira, 28, que o bitcoin e sua rede precisam de atualizações para melhorar sua tecnologia e abrir espaço para alternativas que reduzam os problemas associados às redes de primeira camada.

O desenvolvedor falou sobre o tema no Twitter, como parte de uma sessão de perguntas e respostas realizada por ele com seus seguidores. Um dos usuários questionou Buterin sobre diversas propostas que buscam melhorar aspectos da Ethereum, como carteiras digitais baseadas em contratos inteligentes.

Ao falar sobre o tema, Buterin defendeu que as carteiras de contratos inteligentes são "a única opção" para realizar um gerenciamento seguro das chaves de acesso. Em seguida, outro usuário apontou que esse tipo de solução só seria válida para a Ethereum e blockchains associados a ela, o que excluiria o Bitcoin.

Em resposta, o criador da Ethereum disse que "o Bitcoin precisa atualizar sua tecnologia. Nós sabemos disso há mais de cinco anos". Ele destacou que as redes de primeira camada - caso da Ethereum e do Bitcoin - são caras, o que gera a necessidade de redes de segunda camada e de recursos como as carteiras digitais com contratos inteligentes.

Futuro da Ethereum

Buterin não deu mais detalhes sobre quais atualizações ele avalia que o Bitcoin deveria ter. Entretanto, ele sempre defendeu que a Ethereum é um projeto que precisa de mais mudanças para concretizar todo o seu potencial. A rede possui um cronograma com diversas atualizações previstas para os próximos anos.

Em um post no seu blog, Buterin disse que o blockchain ainda está em transição, deixando de ser uma "jovem tecnologia experimental" para se tornar uma tecnologia madura, capaz de "trazer uma experiência aberta, global e não permissionada para os usuários comuns". Para isso ocorrer, porém, ele projeta que serão necessárias três grandes atualizações.

A primeira seria uma "transição" dos usuários em direção às redes de segunda camada ligadas à Ethereum e que possuem sistemas de "rollups", aumentando a escalabilidade da rede e dos seus projetos. A segunda envolveria um foco em carteiras operadas a partir de contratos inteligentes. Já a terceira trabalharia com transações e outras operações com privacidade total.

Buterin se referiu às mudanças como o "triângulo da transição do ecossistema" do blockchain. Ele defendeu ainda que esse movimento apenas dará certo caso as três ocorram. Sem a primeira, por exemplo, o blockchain seria um fracasso devido à tendência atual de alta nas taxas de transações, que poderiam chegar até US$ 82 em um mercado de alta, na estimativa do desenvolvedor.

Já a segunda evita que os usuários da Ethereum fiquem "desconfortáveis ​​em armazenar seus fundos (e ativos não financeiros)", o que faz com que "todos passem para exchanges centralizadas". No caso da terceira, seria possível resolver porque, atualmente, há uma busca por soluções mais centralizadas no mundo cripto, vistas como uma forma mais apropriada para garantir a proteção de privacidade de informações.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:BlockchainEthereumBitcoin

Mais de Future of Money

MicroStrategy compra mais R$ 3,4 bilhões em bitcoin e ultrapassa 440 mil unidades

Trump escolhe ex-jogador de futebol americano Bo Hines como diretor de "conselho de cripto"

Bitcoin tem pior semana desde a eleição de Donald Trump

Perspectivas para as inovações financeiras e o segmento fintech em 2025