Mercado de criptomoedas enfrenta um cenário de queda nas últimas semanas (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 12 de setembro de 2023 às 17h55.
O mercado de criptomoedas tem enfrentado um cenário adverso nas últimas semanas, revertendo ganhos e com uma sequência de quedas entre ativos. Ao mesmo tempo, o acumulado de 2023 ainda é de ganhos, e alguns projetos importantes valorizaram em agosto mesmo em um ambiente negativo, como aponta um levantamento da empresa QR Asset.
O levantamento avaliou o desempenho das 40 maiores criptomoedas do mercado, destacando que agosto "foi um mês de queda generalizada, com 30 dos 40 ativos monitorados no levantamento apresentando queda no mês, apesar da ajuda do dólar", afirma Theodoro Fleury, gestor da QR Asset.
O bitcoin, por exemplo, encerrou agosto com queda de 7,93% em relação ao real, e o ether - segunda maior cripto do mercado - caiu ainda mais, 7,98%. Ao mesmo tempo, alguns ativos tiveram valorizações expressivas. É o caso da Toncoin, que subiu 51,65% no último mês e liderou o ranking da QR Asset.
Fleury explica que a Toncoin é a cripto antiva do projeto "The Open Network", um blockchain inicialmente planejo pelo Telegram e que agora opera de forma descentralizado, mantido por entusiastas do projeto original após a empresa de mensagens abandoná-lo citando questões regulatórias.
O gestor avalia que a criptomoeda foi beneficiada "pelo estrondoso sucesso recente dos bots de trading que usam o Telegram como aplicativo de mensagens, como o Unibot, por exemplo. Apesar dos bots não rodarem no blockchain da Toncoin, e sim na Ethereum, a associação do token ao Telegram foi o principal motivo da alta do token em agosto".
Ao mesmo tempo, o analista pontua que a alta significativa do ativo foi "um fato isolado do mês de agosto". As outras quatro maiores altas ocorreram "sem evento específico", comenta Fleury. O ranking é formado, respectivamente, pela OKB (4,47%), Hedera (4,03%), Tron (2,15%) e Shiba Inu (3,8%), que relançou seu blockchain próprio mês passado.
Por outro lado, as maiores quedas no mercado de criptomoedas também foram expressivas. Fleury pontua que "alguns ativos que vinham performando bem em relação ao bitcoin acabaram sofrendo quedas mais acentuadas em um mês com tendência majoritariamente negativa".
É o caso do Uni, token nativo da corretora descentralizada Uniswap, que teve uma desvalorização de 30,51%, quase quatro vezes maior que o bitcoin. Além disso, o ativo esteve na lista de maiores altas no mês de julho, indicando também uma possível realização de lucros por investidores.
O segundo lugar ficou com a litecoin, que teve queda de 28,18%. O gestor da QR Asset explica que o token "historicamente tem performance significativamente pior que o bitcoin nos meses imediatamente após o seu halving, que ocorreu na primeira semana de agosto".
O terceiro lugar ficou com o XRP, que desvalorizou 24,02% após ter um dos melhores desempenhos de julho. Fleury explica que a vitória judicial da Ripple, empresa dona do ativo, contra a SEC ajudou na valorização anterior pela redução de riscos em torno do ativo, mas uma realização de lucros é natural.
O quarto lugar ficou com a filecoin, que caiu 21,67%, e o quinto, com o XLM, da Stellar, que recuou 20,58%. O XLM também figurou entre as criptomoedas que mais valorizaram em julho, indicando que o momento negativo do mercado pode ter estimulado o movimento de realização de lucros por investidores.
"Estes foram ativos beneficiados em julho por questões regulatórias, e dada a tendência predominantemente negativa em agosto, tiveram uma correção mais acentuada", explica Theodoro Fleury.
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