China pode realizar reabertura para o setor de criptomoedas (Marc Bruxelle/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 6 de outubro de 2023 às 18h36.
Última atualização em 6 de outubro de 2023 às 18h37.
Em 2021, a China pegou o mercado cripto de surpresa com o início do que seria um movimento de mais de um ano contrário às diferentes empresas e casos de uso envolvendo criptomoedas, culminando em uma proibição quase total do setor. Dois anos depois, porém, o cenário pode estar mudando.
É o que aponta um relatório divulgado nesta semana pela empresa de análise de mercado Chainlysis. Ao retratar o atual momento do mercado cripto no Leste Asiático, a pesquisa aponta que a atividade cripto na região tem tido uma queda "notável" nos últimos anos.
Com isso, a região deixou de ser um dos principais mercados de criptomoedas em volume transacionado, uma posição "em grande parte impulsionada pela enorme atividade comercial e pelo setor de mineração de criptomoedas da China".
"Mas, embora ainda substancial, a atividade cripto na região em geral, e na China especificamente, diminuiu nos últimos dois anos, talvez em parte devido a uma série de proibições de praticamente todas as coisas ligadas a cripto por parte do governo chinês", explica a Chainlysis.
Entretanto, a empresa se mostrou otimista para o futuro dessa região. O principal fator é a aceleração do uso de criptomoedas em Hong Kong, uma cidade sob controle da China. Entre julho de 2022 e junho de 2023, Hong Kong recebeu cerca de US$ 64 bilhões em criptomoedas.
O número, observa o relatório, é "muito próximo" do da China, que registrou uma entrada de US$ 86,4 bilhões em atividades digitais mesmo tendo uma "população exponencialmente maior". Devido à ligação entre as duas regiões, especula-se que Hong Kong pode se tornar o centro de cripto na China.
"A relação cada vez mais estreita entre a China e Hong Kong leva alguns a especular que a posição crescente de Hong Kong como um centro cripto pode sinalizar que o governo chinês está mudando o curso em relação aos ativos digitais, ou pelo menos a tornando-se mais aberto a iniciativas cripto", avalia a empresa.
"A relação da China com as criptomoedas tem sido uma das histórias mais interessantes e difíceis de acompanhar na indústria nos últimos anos. Ainda em 2020, o país abrigava um dos mercados de cripto mais ativos do mundo e liderava todos os países na mineração de bitcoin por uma ampla margem", lembra o relatório.
Por isso, a Chainlysis aponta que "embora nada seja certo, a aparente aprovação tácita das novas iniciativas cripto em Hong Kong pode sinalizar que a posição do governo chinês em relação às criptomoedas está mudando. Isso pode significar que desenvolvimentos interessantes estão reservados para aquele que já foi um dos países mais importantes no cenário cripto".
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