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CEO de maior corretora cripto dos EUA critica falta de regulação: 'ficará para trás'

Brian Armstrong defendeu que país crie regras claras para o setor, em meio a ofensivas da SEC contra grandes empresas

CEO de corretora de criptomoedas defendeu criação de regulação clara para o setor nos EUA (the-lightwriter/Getty Images)

CEO de corretora de criptomoedas defendeu criação de regulação clara para o setor nos EUA (the-lightwriter/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de março de 2023 às 16h28.

O CEO da Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos, criticou a falta de uma regulação clara no país para o setor. Em um artigo de opinião publicado no site CNBC, Brian Armstrong disse que a nação corre o risco de ficar para trás conforme outras economias adotam políticas benéficas para o segmento, ao mesmo tempo em que reguladores norte-americanos seguem uma postura punitiva.

No artigo, publicado na quarta-feira, 1º, Armstrong destacou que "o sistema financeiro tradicional tem nos servido há séculos, mas está mostrando sinais de cansaço. Como todos os sistemas anteriores a ele, chegou a dia em que os avanços tecnológicos já fornecem a oportunidade de torná-lo mais rápido, eficiente e simples".

Ele defende que as criptomoedas oferecem a possibilidade de criar um sistema financeiro "mais rápido, mais privado, mais eficiente, mais barato e controlado pelos usuários", servindo com uma forma de atualizar o setor atual a partir do uso da tecnologia blockchain.

Armstrong vê essa novidade como algo com potencial de "aumentar a liberdade econômica global e capacitar milhões de pessoas anteriormente sem bancos em todo o mundo". Além disso, ele cita benefícios geopolíticos de abraçar essa tecnologia, com ações recentes nesse sentido por parte da China, União Europeia, Reino Unido e Japão.

O CEO da Coinbase destacou principalmente a União Europeia, que atualmente analisa um conjunto de regras para "harmonizar" as leis em torno das criptomoedas e seus serviços. O Brasil já aprovou uma lei com o mesmo objetivo no final de 2022.

"Ao adotar os criptoativos e outras formas de finanças digitais, os Estados Unidos podem não apenas atualizar seu sistema financeiro, mas também solidificar seu status como uma potência geopolítica", pontuou Armstrong. Ele vê a tecnologia como uma forma de manter a hegemonia global do dólar, ampliando seu alcance.

Na visão do empresário, o país está diante da oportunidade de ser um líder no ecossistema de criptomoedas e obter os benefícios que essa liderança traria, mas isso demanda a implementação de uma regulação que estabelece alguns princípios comuns para a atuação das empresas do setor.

"A Coinbase defende estruturas regulatórias claras para criptomoedas há mais de uma década. No entanto, enquanto vemos o progresso de outras jurisdições, os EUA parecem mais focados em batalhas entre reguladores. Nenhum outro país do mundo gastou tanto tempo e energia tentando convencer seus cidadãos de que os criptoativos são valores mobiliários", observou Armstrong.

O comentário foi uma crítica às recentes ações da Comissão de Valores Mobiliários do país (SEC, na sigla em inglês) contra o setor. Além do presidente do órgão, Gary Gensler, ter defendido que a maioria das criptomoedas se enquadra como valor mobiliário, a agência já levou ao fim de um programa de staking da exchange Kraken e da emissão da stablecoin BUSD pela Paxos.

Nesse sentido, Armstrong defendeu que "o governo dos EUA precisa adotar uma abordagem mais proativa para as criptomoedas e fornecer uma estrutura regulatória clara para o setor, com políticas voltadas para o futuro que reconheçam os muitos aspectos exclusivos e inovadores das tecnologias blockchain. Isso criará um ambiente mais estável e seguro para as criptomoedas prosperarem e ajudará a atrair mais investimentos e talentos para os EUA".

O CEO afirmou ainda que é preciso que o governo norte-americano tome ações para trabalhar com as empresas do mercado cripto, não contra elas, de modo a construir uma proposta regulatória que proteja usuários, empodere inovadores e "dê ao povo norte-americano o sistema financeiro construído para o século 21".

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