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BTG lança stablecoin e quer transformar investimento em dólar com blockchain

BTG Dol é a primeira stablecoin lastreada em dólar emitida por um banco no mundo; objetivo é garantir aos investidores uma forma simples, rápida e segura de alocar patrimônio na moeda estrangeira

BTG Dol usa blockchain para facilitar investimento em dólar (BTG Pactual/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn

Editor do Future of Money

Publicado em 4 de abril de 2023 às 06h00.

Última atualização em 4 de abril de 2023 às 14h21.

O BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, por meio da Mynt, a plataforma de cripto do banco, anunciou nesta terça-feira, 4, o lançamento de uma criptomoeda própria. Trata-se do BTG Dol, que tem preço lastreado em dólar americano, e permite a interação entre o sistema financeiro tradicional e a nova economia digital. O BTG é o primeiro banco do mundo a lançar sua própria stablecoin.

Estruturado como uma stablecoin, tipo de criptoativo que é lastreado em um ativo do mundo real, nesse caso o dólar americano (USD), o BTG Dol tem paridade de 1 para 1 com a moeda dos EUA: para cada BTG Dol emitido, um dólar é armazenado como lastro, garantindo que o preço da criptomoeda seja sempre o mesmo - no caso, sempre de 1 dólar.

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Para quem opera no mercado cripto, esse tipo de ativo é importante pois funciona como uma forma rápida de entrar ou sair do mercado cripto para o tradicional. Mas, segundo os responsáveis pelo lançamento do BTG Dol, a ideia principal do banco é oferecer aos detentores do ativo digital a oportunidade de "dolarizar" seu patrimônio de forma simples, eficiente e segura.

“Mais uma vez inovamos no uso de tecnologia financeira a favor dos nossos clientes. Ao comprar o BTG Dol, o investidor tem acesso à forma mais fácil, segura e inteligente de investir em dólar.”, disse André Portilho, head de Ativos Digitais do BTG Pactual.

Portilho faz referência ao fato de que além da utilização no mercado cripto, ativos como o BTG Dol e as stablecoins lastreadas em dólares de forma geral podem ter outras aplicações, inclusive para quem não tem interesse em participar do setor liderado por bitcoin e ethereum: as stablecoins também podem ser uma grande transformação no mercado de câmbio tradicional, mesmo para quem não investe no mercado cripto.

Como podem ser adquiridas com poucos cliques, as stablecoins lastreadas em dólares como o BTG Dol também funcionam como uma forma ágil e segura de investir na moeda americana. Assim, ao invés de comprar, por exemplo, um fundo que investe em dólar, os investidores podem comprar a criptomoeda de forma direta, evitando taxas, burocracia e garantindo a posse da moeda, e não de um papel que representa participação na compra de dólares.

Diferenciais do BTG Dol para outras stablecoins

Atualmente, já existem diversas stablecoins lastreada em dólar em circulação. As mais conhecidas são o USDT, emitida pela Tether, o USDC, da Circle, e o BUSD, da Binance.

No entanto, problemas enfrentados pelos emissores citados podem fazer com que os investidores voltem suas atenções para a moeda digital do BTG. No mês passado, a quebra de bancos nos EUA provocaram risco de insolvência no USDC, que tinha parte de suas reservas em algumas das instituições falidas e viu o seu preço, que deveria ser sempre de 1 dólar, chegar a US$ 0,83.

A Tether, que emite o token USDT, também já enfrentou um longo e caro processo nos EUA, além de conviver com questionamentos sobre a legitimidade das suas reservas e uma suposta falta de transparência sobre onde estão alocados os US$ 26,5 bilhões arrecadados com as emissões de tokens USDT.

Já a BUSD, stablecoin criada pela Binance, foi simplesmente substituída pela corretora cripto após pressão de reguladores e não é mais emitida desde o mês passado.

Assim, o BTG Pactual busca se aproveitar de uma lacuna do mercado, inserindo sua própria criptomoeda de valor estável no ecossistema de ativos digitais. "O fato de ser emitida em blockchain por uma empresa de capital aberto, que é rigidamente regulada por órgãos do mercado tradicional, garante camadas de segurança pouco comuns no mercado cripto, oferecendo aos investidores que buscam exposição ao dólar uma alternativa não apenas prática, mas muito confiável" disse Marcel Monteiro, head de Operações da Mynt, sobre o que, segundo ele, pode impulsionar a adoção do BTG Dol.

A custódia do lastro do BTG Dol também será feita pelo banco, que, segundo o próprio BTG Pactual, garante e faz a gestão do mesmo, conferindo todo o arcabouço de segurança para o ativo, como processos de “due diligence”, contra lavagem de dinheiro e de compliance.

Para Marcel Monteiro, a nova cripto posiciona o BTG como referência no mercado. “Recentemente listamos oito novos ativos, já temos 22 criptomoedas na plataforma, agora possuímos nossa própria stablecoin. Isso mostra que o banco confia na tecnologia e vai seguir com seu compromisso de oferecer novos produtos e serviços digitais inovadores, com a solidez e confiança que é marca do BTG”, afirma Monteiro.

Inicialmente, o BTG Dol está disponível para compra apenas na plataforma de investimentos do BTG Pactual e no aplicativo da Mynt.

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