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Bitcoin tem sétimo dia seguido de queda e preço cai abaixo de US$ 27 mil

Maior criptomoeda do mercado chegou ao menor valor em dois meses, prejudicada por baixa liquidez e cautela entre investidores

Bitcoin valorizou mais de 60% nos primeiros meses de 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 60% nos primeiros meses de 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de maio de 2023 às 12h18.

Última atualização em 12 de maio de 2023 às 12h32.

O bitcoin opera em queda nesta sexta-feira, 12, o que pode fazer com que a criptomoeda tenha o sétimo dia consecutivo de desvalorização pela primeira vez desde julho de 2022, quando enfrentou os efeitos da quebra do ecossistema Terra e das primeiras altas de juros nos Estados Unidos. O ativo tem enfrentado dificuldades para sair da faixa entre US$ 26 mil e US$ 29 mil e atualmente ronda a menor faixa de preço desde fevereiro deste ano.

De acordo com dados da plataforma CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado acumula uma queda de 3% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 26.369, após passar semanas negociando acima de US$ 27 mil. O setor como um todo recua 2,1% considerando o acumulado no mesmo período.

Para analistas, o bitcoin tem sido prejudicado por uma baixa liquidez, o que representa uma falta de ativos efetivamente em circulação. Com isso, movimentações de compra ou venda por parte de investidores acabam tendo um impacto maior no preço. Recentemente, a oferta de bitcoin em corretoras atingiu o menor nível em cinco anos, refletindo esse cenário.

Além disso, a criptomoeda é prejudicada por uma cautela entre investidores em meio a boatos de que o governo dos Estados Unidos pode começar a vender parte das unidades do ativo apreendidas por ele em operações policiais. Isso geraria um aumento repentino na oferta e poderia levar a uma desvalorização ainda maior no preço, mas ainda não há confirmação dessa operação.

Há, ainda, um receio de investidores institucionais em comprar bitcoin e outras criptomoedas devido à ação de reguladores nos Estados Unidos contra grandes empresas do setor. Com isso, mesmo a perspectiva de um ciclo de alta de juros mais brando por parte do Federal Reserve não ajudou o mercado a valorizar nos últimos dias.

Para Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, o mercado está "em um momento decisivo para saber se o mundo entrará em uma recessão ou se a inflação cairá sem causar impactos mais fortes na economia. O patamar atual de juros possivelmente deve começar a influenciar no resultado das empresas. Os bancos foram os primeiros a sentir. Então, pode haver espaço para mais correção no mercado acionário, o que pode influenciar o preço do bitcoin também".

"Pelo viés de longo prazo seguimos confiantes, pois, se enquanto nos EUA temos um ambiente de embate entre o mercado e a SEC, em outros países a clareza jurídica tem atraído empresas cripto, como na Ásia e Oriente Médio. É um mercado com muita inovação e que de fato trás muitas melhorias em relação aos produtos financeiros tradicionais", ressalta o analista.

Alta do bitcoin em 2023

Apesar da queda recente, o bitcoin segue com uma alta de mais de 60% no acumulado de 2023. Para especialistas, essa valorização está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados UnidosOs investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve  reforçada após as recentes falências bancárias , com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre. 

O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.

Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.

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