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BIS vê avanço de moedas digitais de bancos centrais e projeta 24 em operação até 2030

Levantamento do "banco central dos bancos centrais" destaca progresso de projetos ao longo de 2022, com foco em varejo e atacado

 (Reprodução/Reprodução)

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João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de julho de 2023 às 17h15.

Última atualização em 17 de julho de 2023 às 11h20.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS), também conhecido como "banco central dos bancos centrais", divulgou nesta segunda-feira, 10, um relatório sobre o desenvolvimento de diferentes moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) ao redor do mundo. O estudo conta com a projeção de que a economia global vai contar, até 2030, com 24 CBDCs em operação, contra quatro atualmente.

O estudo da instituição mostra que 93% dos 86 bancos entrevistados estão desenvolvendo ou estudando projetos de CBDCs próprias. Juntos, eles representam 82% da população mundial e 94% de toda a capacidade econômica global, com 28 representando econômicas desenvolvidas e 58, economias emergentes e em desenvolvimento.

Na avaliação do BIS, o trabalho das autarquias com CBDCs "progrediu ainda mais" ao longo de 2022. Atualmente, quatro bancos centrais já lançaram suas próprias moedas digitais, na Nigéria, Jamaica, Bahamas e Caribe Oriental. Nenhuma nova CBDC foi lançada ano passado, mas o BIS destaca que 18% dos bancos centrais entrevistados planejam lançar uma moeda digital no curto prazo.

Por isso, a instituição projeta que, até 2030, o mundo contará com ao menos 24 CBDCs em funcionamento. Destas, 15 serão voltadas para o varejo - com foco de uso por pessoas e empresas nas transações do dia a dia - e nove para o atacado - em que o foco são as transações entre bancos e outros instituições financeiras.

As quatro CBDCs em operação no momento são de varejo. A expectativa é que mais três sejam lançadas até 2025 e mais oito até 2030. Já o segmento de atacado pode contar com suas primeiras moedas fiduciárias digitais a partir de 2025, com quatro projetos previstos, e mais cinco até 2030.

O levantamento também destacou que, entre 2021 e 2022, mais bancos centrais se interessaram na tecnologia, com mais projetos de pesquisa. Já entre as economias emergentes, o maior crescimento foi na passagem de projetos para etapas mais avançadas, como de prova de conceito e de piloto, a última antes do lançamento oficial ao público.

Com isso, o engajamento das autarquias com o tema chegou ao maior nível já registrado pelo BIS. Cerca de 60% dos bancos centrais pesquisados afirmaram que aumentaram seus trabalhos no segmento, com as CBDCs de varejo em etapas mais avançadas que as de atacado.

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Real Digital

O Banco Central brasileiro está entre as autarquias que foi entrevistada pelo BIS. O relatório não especifica quais países devem lançar suas CBDCs para o público até 2030, mas a autarquia brasileira já afirmou que pretende lançar o Real Digital até o fim de 2024, podendo ser a primeira CBDC de atacado no mundo disponibilizada para o público.

Além do Brasil, países como China, Canadá, Índia, Arábia Saudita, Uruguai e Suíça estão entre os mais avançados na implementação de suas próprias moedas digitais. Destes, os projetos da Suíça, Canadá e da Arábia Saudita são voltados para o atacado e já estão na fase de piloto.

O piloto do Real Digital está previsto para ocorrer até o primeiro semestre de 2024, permitindo criar e testar a infraestrutura da CBDC, um caso de uso prático e a emissão da moeda digital. O Real Digital terá como foco o atacado, mas contará com uma versão para o varejo, o Real Tokenizado, que será oferecido pelos próprios bancos e respaldado pelo Banco Central.

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