Medina: foi a primeira vitória de um goofy (surfista que usa o pé direito à frente na prancha e, portanto, surfa de costas para as direitas) nos 33 anos de história do CT de Margaret River (Dunbar/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 28 de abril de 2023 às 16h06.
Última atualização em 28 de abril de 2023 às 16h49.
"O campeão voltou". O grito que ecoou nas arquibancadas do Maracanã na noite de quarta-feira, após a goleada do Flamengo sobre o Maringá pela Copa do Brasil, também tomou conta das redes sociais na madrugada desta sexta-feira, mas por um motivo bem diferente. Depois de dois anos, Gabriel Medina voltou a vencer uma etapa do circuito mundial de surfe. E com autoridade, dominante do modo que ele costumava ser. Na final em Margaret River, derrotou o americano Griffin Colapinto por 17,50 a 12,27 pontos.
Foi a primeira vitória de um goofy (surfista que usa o pé direito à frente na prancha e, portanto, surfa de costas para as direitas) nos 33 anos de história do CT de Margaret River. O que só mostra o valor do backside (surfe de costas para a onda) extremamente afiado de Medina. Fazendo manobras sempre críticas e arriscadas, Medina mostrou estar em uma ou duas rotações acima de Colapinto na final. Antes, na semifinal, havia mostrado seu tradicional sangue frio para virar sobre o líder do ranking, João Chianca, em sua última onda, já no minuto final.
A conquista de Medina foi sua 17ª na elite (18ª se contado o WSL Finals, evento decisivo que ele conquistou em 2021) e sua primeira em Margaret River. O resultado incendiou a briga pelas cinco vagas que classificam para o WSL Finals, campeonato que decide o campeão mundial em setembro, na Califórnia. Depois de um começo devagar de temporada, em que não passou das oitavas e final nas quatro primeiras etapas, Medina saltou de 11º para sétimo. No fim de maio, o circuito chega ao Surf Ranch, onde o tricampeão mundial já tem duas vitórias e sempre é dominante.
João Chianca parou nas semifinais pela terceira vez em cinco etapas. Soma ainda a vitória em Portugal e segue liderando o ranking, parecendo caminhar firme para o WSL Finals. Restariam quatro vagas para nomes como Filipe Toledo, Jack Robinson, Griffin Colapinto, Ethan Ewing, John John Florence e Gabriel Medina. A segunda metade da temporada promete ser emocionante e imprevisível.
No feminino, Carissa Moore derrotou Tyler Wright. As duas estão no topo do ranking, e a brasileira Tatiana Weston-Webb caiu para a sexta posição após ser eliminada nas oitavas em Margaret River.