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Valores elevados de ingressos desafiam torcedores que lotam estádios

Final entre São Paulo e Flamengo, que acontece neste domingo (24), pela Copa Brasil, tiveram recordes de preços

Copa do Brasil: São Paulo e Flamengo se enfrentaram neste domingo (Miguel Schincariol/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de setembro de 2023 às 17h20.

O São Paulo recebe o Flamengo neste domingo (24), no estádio do Morumbi, para a decisão do título da Copa do Brasil 2023. Os valores desta partida custam entre R$200,00 e R$1.500,00, que apesar de altos, tiveram grande demanda de compra.

Uma pesquisa realizada pelo Itaú Unibanco revelou que os valores tiveram um aumento de 8% no primeiro trimestre deste ano, enquanto o volume total de transações cresceu 6%. A Geração Y (nascidos entre 1981 e 1996) foram os maiores consumidores representando 40% das compras. Seguido pela Geração X (nascidos entre 1965 e 1980) com 35%, Babyboomers (entre 1946 a 1964) com 15% e Geração Z (entre 1997 e 2010) com 10%.

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"A procura por ingressos em jogos decisivos aumenta de forma exponencial. São partidas que contam com maior apelo comercial e oportunidades para ações especiais que envolvem os gestores de camarotes. Para a decisão contra o Flamengo, todos os ingressos foram vendidos em poucos minutos", comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que é responsável pelo Camarote dos Ídolos e conta com espaços premium nos principais estádios de São Paulo.

O valor médio gasto pelos torcedores foi de R$136,76 no primeiro semestre de 2023. Sendo aqueles que ganham acima de dez salários mínimos mensais, responsáveis por 48% dos gastos relacionados a futebol e 41% das transações. Tais resultados podem ser vistos nos 15 clubes estudados, tendo a torcida do Flamengo obtido destaque ao gastar 21,04% do volume total.

“Em mercados de negócios esportivos mais maduros, a receita de ticketing costuma ser relevante mas está ligada a “season tickets ou carnês de temporada”, fazendo com que seja possível uma maior previsibilidade de receitas e uma menor variação de acordo com a performance da equipe. No Brasil tal formato ainda é exceção e a forma de rentabilizar e equilibrar os inúmeros jogos de temporada com ociosidade, é cobrar valores altos que parecem abusivos quando tais equipes chegam em fases finais e naturalmente observam um aumento desproporcional de demanda”, explica o especialista Ivan Martinho.

Em contrapartida, na capital paulista, o São Paulo foi a que mais obteve aumento de vendas e gastos. Apesar do Palmeiras obter o primeiro lugar, com 50% das compras e investimentos e 41% dos gastos, os admiradores do tricolor tiveram um aumento de 26% e 24%, respectivamente, de totais gastos e transações.

“Performance esportiva não é garantia de fidelização e consumo de torcedores. O importante é que fora das quatro linhas haja uma oferta de produtos e serviços que possam conectar o torcedor com a sua paixão, tanto nas vitórias como nas derrotas, com a clareza de que há torcedor com motivações diferentes e consomem além do jogo”, diz Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

Para Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, o aumento de preços deve ser visto com cautela pelos torcedores, principalmente quando a maior parte desses gastos são realizados no cartão de crédito, sendo necessário pensar a longo prazo na organização das finanças.

“É necessário aprender a dizer não a compras impulsivas. Antes de fazer uma compra significativa, o deve refletir sobre a necessidade real do item e esperar alguns dias para ver se é realmente algo que precisa”, orienta o especialista.

Os clubes também têm utilizado a gastronomia para atrair os fãs para os estádios. “Atualmente, não é possível que os estádios sigam apenas com o futebol. É fundamental que haja produtos que estimulem o público a ir ao local no dia a dia e gerem receitas variadas”, afirma Mark Zamitt, CEO da GSH Life, empresa que há uma década faz o catering de eventos esportivos e é responsável por toda operação de alimentos e bebidas do Allianz Parque e Arena MRV.

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