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Quem é Raquel Kochhann, que será a porta-bandeira do Brasil nas Olimpíadas após vencer câncer

Catarinense é a camisa 10 da Seleção Feminina de Rugby nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Raquel Kochhann é a camisa 10 da Seleção Feminina de Rugby nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 (COB/Divulgação)

Raquel Kochhann é a camisa 10 da Seleção Feminina de Rugby nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 (COB/Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 26 de julho de 2024 às 06h00.

Última atualização em 26 de julho de 2024 às 14h42.

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Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, diversos atletas veteranos voltam à competição, com mais garra e determinação, para conquistar novas medalhas e fazer história. Para a jogadora de rugby Raquel Kochhann, de 31 anos, a ambição é a mesma.

Por outro lado, participar da disputa representando o Brasil na modalidade vai muito além disso, pois envolve uma longa trajetória de lutas e superação.

A catarinense se destaca logo no início dos jogos por ter sido escolhida para ser a porta-bandeira do Comitê Olímpico do Brasil (COB), junto com o canoísta Isaquias Queiroz, na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos.

A atleta de rugby foi selecionada para representar a delegação brasileira na primeira edição dos Jogos Olímpicos em que as mulheres participam em igual número aos homens. Além da relevância da representatividade feminina, a presença de Raquel nos jogos mostram como o esporte trazer a força necessária para os momentos mais desafiadores.

Como começou no esporte?

Natural de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, Raquel tem 31 anos. Atualmente, ela é capitã da seleção feminina de Rugby. Antes de ingressar nesta modalidade, ela teve várias experiências em outras atividades até descobrir sua paixão.

Raquel iniciou sua carreira como atleta no futebol, atuando como zagueira, o que a levou a deixar a cidade natal para viver em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Lá, cursou Educação Física e, aos poucos, se afastou do futebol.

O primeiro contato com a bola oval do rugby ocorreu aos 19 anos, em 2011, jogando pela equipe local do Serra. Após uma temporada de destaque, foi convidada a integrar o time do Charrua.

No ano seguinte, em 2012, foi chamada para fazer parte do núcleo de alto rendimento da seleção brasileira feminina. Em 2014, mudou-se definitivamente para São Paulo para se dedicar à Seleção Brasileira de Rugby Sevens.

Vitórias no esporte

Junto com as Yaras (apelido da Seleção Feminina de Rugby), conquistou a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2014 e a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2015.

O ano de 2016 foi marcante para a jovem atleta. Ela realizou o sonho de participar de uma olimpíada e a emoção foi ainda maior por alcançar seu objetivo sem sair do Brasil, quando o Rio de Janeiro foi a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Na época, Raquel foi convocada para a seleção, que ficou em 9º lugar na competição.

Em abril daquele ano, Raquel também teve sua performance reconhecida ao entrar para o Hong Kong Sevens, o que possibilitou o acesso à elite para a Série Mundial de Rugby Sevens. Mais tarde, foi condecorada com o Troféu Brasil de Rugby, por sua atuação na seleção e no clube Charrua Rugby Clube, como melhor jogadora daquela temporada.

Anos depois, a jogadora foi novamente convocada para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio, e a equipe terminou o torneio em 11º lugar.

Descoberta do câncer

No entanto, logo depois da disputa de Tóquio, Raquel teve que enfrentar uma fase dolorosa. Em 2022, a jogadora foi diagnosticada com câncer de mama e um tumor ósseo no peito. Naquela ocasião, ela também lidava com uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho. Por conta desses problemas de saúde, ela teve que se afastar do clube para se dedicar aos tratamentos.

Raquel passou por sessões de quimioterapia e uma mastectomia e se recuperou a tempo de retornar às competições em janeiro de 2024.

"Eu devo ao esporte a recuperação do meu corpo durante esse tratamento. Porque o que era pedido para que eu fizesse, eu fazia ao pé da letra, e o resultado foi positivo", declarou a jogadora, em entrevista ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), durante o anúncio de que seria a porta-bandeira.

Chegada a Paris

A catarinense atualmente joga pelo time Charrua, do Rio Grande do Sul, onde participou do Campeonato Brasileiro de Rugby.

No início de julho, ela recebeu a notícia de sua convocação para se juntar à Seleção Brasileira Feminina de Rugby. Raquel veste a camisa 10. Ela também foi convidada para ser uma das porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos.

O evento ocorrerá nesta sexta-feira, 26, no rio Sena, a partir das 14h (Horário de Brasília). Dois dias depois, em 28 de julho, a equipe de Raquel estreia contra as donas da casa às 10h (Horário de Brasília).

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