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Quem é a brasileira Neuza Back que será a assistente do jogo entre Alemanha e Costa Rica

A francesa Stéphanie Frappart será primeira árbitra a apitar um jogo de Copa do Mundo

Neuza Nack tem 38 anos e é natural de Saudades, no Oeste de Santa Catarina (Instagram/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2022 às 12h36.

A Copa do Mundo de 2022, no Catar, vai entrar para a história quando a bola começar a rolar nesta quinta-feira (1) para o duelo entre Alemanha x Costa Rica, no estádio Al Bayt: a francesa Stéphanie Frappart, de 38 anos, será a primeira árbitra a apitar um jogo da principal competição futebolística do planeta. O trio inteiro será feminino, composto pela assistente brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Diaz Medina.

Stéphanie Frappart é considerada a principal árbitra do quadro da FIFA e já havia entrado para a história ao ser a primeira mulher a apitar um jogo de Champions League, no duelo entre Juventus e Dínamo de Kiev, em 2020.

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Nesta Copa do Mundo, ela já entrou em campo e foi a como quarta árbitra no empate entre México e Polônia, pela primeira rodada da Copa, também entrando para a história como a primeira mulher a exercer a função nesta competição.

Ela está na lista de árbitros internacionais da Fifa desde 2009 e foi premiada em 2020 e 2021 como melhor do mundo pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS).

A francesa iniciou a carreira profissional como jogadora do Val d'Oise, mas logo largou os gramados para se dedicar a arbitragem. Em recente entrevista ao tablóide inglês The Athletic, ela deixou claro que não se assustava em ser chamada para apitar a Copa do Mundo no Catar. "Eu sei como lidar com isso. Fui a primeira árbitra na França, a primeira na Europa, sempre a primeira", disse.

Neuza Back também tem 38 anos e é natural de Saudades, no Oeste de Santa Catarina. Ela é formada em Educação Física e iniciou os primeiros cursos de arbitragem em 2008, quando participou de alguns jogos do campeonato local, o Catarinense. Em 2009, ela passou a receber as primeiras oportunidades para compor o quadro da Série A do Campeonato Brasileiro masculino, e em 2014 se tornou árbitra assistente FIFA.

O momento mais marcante para ela até então havia sido no Mundial de Clubes FIFA de 2020, quando esteve na primeira equipe de arbitragem completamente feminina do torneio, ao lado da árbitra Edina Alves Batista. Ela também foi a única representante da arbitragem feminina do Brasil nos Jogos Olímpicos.

Especialistas e executivos do futebol enaltecem feito histórico

Especialistas, executivos e presidentes de clubes enalteceram o feito histórico do trio de arbitragem para Alemanha x Costa Rica ser inteiro composto por mulheres.

"A presença de mulheres na Copa, em papéis importantes como é o caso da arbitragem, potencializa a mudança de cultura. Naturalizar a participação de mulheres em posições tradicionalmente ocupadas por homens é determinante para a evolução da equidade no futebol", afirma Liana Bazanela, diretora de marketing e comunicação do Internacional, clube considerado modelo no papel de inclusão social e de mulheres em seu quadro diretivo.

Outro clube visto como exemplo em causas sociais e de inclusão, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, falou que o crescimento de mulheres dentro do futebol tem a ver com as iniciativas feitas por agremiações e instituições. "É fruto de um trabalho e passa por uma maior valorização do futebol feminino no mundo todo. As competições estão cada vez melhores. Apesar de ainda não ser um número tão alto de mulheres, essas iniciativas são importantes e precisam ter continuidade, para que daqui algum tempo possamos tratar do tema com a devida naturalidade", disse.

O CEO Jorge Braga, que comandou o processo de SAF no Botafogo e veio do mundo corporativo, entende que "globalmente o esporte feminino oferece uma oportunidade única para as marcas inovadoras e mais conectadas com a época atual, e a também interagirem completamente com todas as partes de um esporte. Desempenhar um papel vital em conexão e fidelização desse novo público desde o início é fundamental. E no mar azul desta nova jornada de comercialização, existem muitos bons ativos subvalorizados no mercado. Além de meritório e inexplorado, isso é fundamental para detentores de direitos, marcas e outros interessados que atualmente procuram entrar no espaço de esportes femininos", analisa.

Roberta Negrini, vice-presidente de Inclusão e Diversidade do Sport Recife, entende que o processo de inclusão de mulheres em funções de importância como as dos homens evoluiu, mas ainda pode melhorar. "Apesar dos avanços, ainda vemos pouca representatividade feminina nesses ambientes. Mas não podemos negar que estamos chegando num equilíbrio, e eu mesmo sou prova disso. Acredito que são portas que se abrem em todos os sentidos, inclusive na relação com patrocinadores e marcas", aponta.

Já Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e do comitê organizador da Brasil Ladies Cup, vista como uma das principais competições femininas da atualidade e que teve sua segunda edição neste mês de novembro, o mundo de hoje é o de inclusão e igualdade de oportunidades. "O primeiro trio de arbitragem a atuar em uma Copa do Mundo é um marco muito importante não apenas para as profissionais do futebol, mas reforça a tendência de várias empresas mundo a fora a investir e incentivar a inclusão das mulheres em atividades que eram antes exclusivamente dominadas pelos homens", define.

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