Redação Exame
Publicado em 28 de agosto de 2024 às 08h37.
Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 08h42.
Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 terão número recorde de delegações e de mulheres. Segundo anúncio do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o evento contará com cerca de 4.400 paratletas, de 168 países para 549 eventos de medalha, em 22 esportes.
Esse número inclui 167 Comitês Paralímpicos Nacionais, uma equipe de refugiados com oito membros e até 98 atletas neutros (90 da Rússia e 8 da Bielorrússia). Serão 1.983 mulheres competindo, o equivalente a 45% dos participantes.
O novo recorde de participação feminina (cerca de 45%) supera a marca de Tóquio 2020, que contou com 1.846 mulheres (42%). Também representa mais que o dobro das 988 atletas femininas que competiram em Sydney 2000.
Os Jogos Paralímpicos também terá mais eventos de medalhas para mulheres do que já foi apresentado antes: 235. Já o recorde total de 168 delegações bate o número de 164 dos Jogos Paralímpicos de Londres-2012 e de Tóquio-2020. Eritreia, Kiribati e Kosovo farão suas estreias paralímpicas.
Assim como os Jogos Olímpicos, os Paralímpicos terão Cerimônia de Abertura fora do principal estádio de atletismo. Os atletas desfilarão pela Champs-Elysées, que ganhou uma faixa nova de asfalto para facilitar o deslocamento dos cadeirantes, e chegarão à maior praça de Paris, a Praça da Concórdia. Aqui acontecerão as apresentações artísticas e a parte protocolar do evento. Um palco de 4.500 metros quadrados, rodeado por quatro níveis de arquibancadas, receberá o público que comprou ingresso.
Chamada de "Paradoxo", a festa destacará "todos os corpos" e será dirigida Thomas Jolly, o mesmo que assinou a Cerimônia de Abertura da Olimpíada. Jolly prometeu seguir a linha provocativa da Abertura da Olimpíada e representará o atleta paralímpico como ser humano e não como herói. O fio condutor será inclusão.
"O corpo vai estar no centro da cerimônia. Todos os corpos. O que move os corpos é a dança, então a dança vai estar muito presente nessa cerimônia. Há sempre a questão da inclusão. Uma cerimônia que coloca o esporte no centro, mas que também vai colocar questões para vivermos melhor, por uma sociedade em que a inclusão reine", disse Jolly. "Nesta noite, talvez possamos mudar a forma como a sociedade olha para as pessoas com deficiência. E isso é muito importante para mim".
A pira paralímpica será a mesma utilizada nos Jogos Olímpicos, uma chama sem combustível, feita somente de água e luz, e ficará presa a um balão, no Jardim das Tulherias. A chama original, acesa na cidade inglesa de Stoke Mandeville, onde surgiu a ideia da competição após a Segunda Guerra Mundial, ficará em uma lanterna, em local perto ao balão.
Essa é a primeira vez que a França organiza um evento paralímpico como este. Dezoito locais de competições utilizados na Olimpíada serão sede das competições paralímpicas.
Roland Garros receberá o tênis em cadeira de rodas e o vôlei sentado. A Bercy Arena será agora a quadra do basquete em cadeira de rodas. O Estádio Torre Eiffel sediará o futebol para cegos. A Arena do Campo de Marte terá jogos de rugby em cadeira de rodas. E o Grand Palais volta a ser sede da esgrima e do taekwondo.
A Vila dos Atletas também funcionará no mesmo local, mas com pelo menos uma diferença. É que para os atletas paralímpicos há uma seção nova: a oficina mecânica. Isso porque os atletas do ciclismo, os que usam próteses e os que dependem de cadeiras de rodas precisam de ajustes e consertos em seus equipamentos. Os serviços da oficina são fornecidos gratuitamente pela empresa alemã Ottobock, associada aos Jogos Paralímpicos desde 1988.
Peter Franzel, chefe desta oficina, disse que espera realizar mais de 2 mil reparos durante os Jogos. Falou também que, desde a abertura da Vila, no último dia 21, as solicitações não param porque "muitos atletas vêm para verificar seus equipamentos e também porque eles às vezes são danificados durante o transporte de avião". Trezentos reparos foram realizados nos primeiros três dias.
No total, 160 funcionários da Ottobock de cerca de 40 países estão à disposição dos atletas para lidar com reparos na Vila e nos locais de competição. E para poder atender a todas as solicitações, a oficina conta com 1.500 peças de reposição, incluindo componentes de próteses de pernas, pés e joelhos mecânicos, rodas e câmaras de ar de vários tamanhos e modelos de cadeira de rodas.
Mesmo assim, as maiores delegações costumam ter os seus próprios mecânicos. E o Brasil conta com profissional específico para o time de ciclismo.
O Brasil terá 280 atletas nos Jogos Paralímpicos, sendo 255 esportistas com deficiência (mais 19 atletas-guia, três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo). Bruna Alexandre, do tênis de mesa, disputou os Jogos Olímpicos pelo Brasil e também veste a camisa do país na Paralimpíada. Os atletas do país disputarão 20 das 22 modalidades do programa (não obteve classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas).
Com informações de Agência O Globo