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Palco da Copa de 2030, River Plate segue exemplo do Brasil e implementa reconhecimento facial

Novo sistema no Más Monumental deverá ser inaugurado a partir de 2025

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 14h26.

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O River Plate anunciou nesta quarta-feira, 11, que vai iniciar a implementação do sistema de reconhecimento facial no Mâs Monumental, com previsão de conclusão para 2025. Depois de fazer toda a reforna de sua nova casa, entregue durante esta temporada e com capacidade para 85 mil lugares -o maior da América do Sul, a nova tecnologia faz parte do processo de transformar o estádio em um dos mais seguros e cômodos das Américas, sem precisar da necessidade de ingressos físicos ou digitais.

De acordo com o clube argentino, serão instalados 300 terminais FaceID. Por meio de comunicado, o River Plate acredita que o fluxo de acesso será o mais rápido possível, com 60 pessoas entrando por minuto.

Também nesta semana, o clube recebeu a notícia de que vai ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2030, já que a Argentina vai receber algumas partidas da competição. O anúncio foi feito pelo presidente da Conmebol Alejandro Domínguez.

“O reconhecimento facial torna o acesso do público ao estádio mais simples, rápido e reforça ainda mais a segurança. Assim, a inserção de tecnologias como esta, melhoram de forma considerável a experiência dos fãs, que têm mais proveito e conforto na ida ao estádio”, comenta Vitor Roma, CEO da Keeggo, consultoria de tecnologia.

"Qualquer tecnologia que seja implementada com um propósito de ser disruptiva aos padrões sempre vai gerar, no primeiro momento, inquietação, críticas e aversão. Após a fase de adaptação, quando criada para gerar agilidade, controle, segurança e melhor experiência ao consumidor, é natural que seja difundida para outros mercados. Ainda bem que tivemos essa coragem e ousadia do Palmeiras, por exemplo, que atravessou o mar de críticas e dúvidas ao implementar o sistema no Allianz Parque e mantém, a exemplo da iniciativa positiva para os torcedores do River Plate, o pioneirismo que move e transforma", pontua Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, agência que faz a gestão do programa de sócios do Palmeiras.

No Brasil, a prática já é comum e teve como pioneiros o Goiás e o Palmeiras, clube com maior sócio-torcedor do país, com 200 mil inscritos. Na Série A, já são 13 clubes que adotam o uso da tecnologia: Palmeiras, Atlético-MG, Internacional, Fluminense, Vasco, Botafogo, Flamengo, Fortaleza, Santos, Vitória, Bahia, Sport e Ceará. Entre os times que estão na Série B atualmente, cinco terão o reconhecimento facial: Athletico-PR, Cuiabá, Criciúma, América-MG e Goiás.

A Imply ElevenTickets, empresa que desenvolve controle de acessos com reconhecimento facial e considerada a maior do segmento, está presente em seis arenas no país com a tecnologia: Arena Independência, Arena MRV, Beira-Rio, Ilha do Retiro, Ligga Arena e São Januário.

"O reconhecimento facial transformou os estádios brasileiros com segurança, rapidez e comodidade. Nos tornamos referência neste mercado, com acessos que superam os 100 torcedores por minuto em muitos dos jogos dos clubes que atendemos. Isso comprova o sucesso e excelência de um trabalho com tecnologia 100% brasileira, e que pode servir de exemplo para outras agremiações e arenas pelo mundo", diz Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply.

Outro parceiro da Imply é o Internacional. O Colorado, já no início do ano, em fevereiro, anunciou sobre o foco na otimização do acesso de seus fãs aos jogos e explicou em relação a implementação do sistema no Beira-Rio. O clube celebra o uso da tecnologia em seu estádio.

“Para o Internacional, tecnologia e inovação sempre foram cruciais. Fomos precursores, desde o início, na realização de experiências para nossos torcedores visitarem o Beira-Rio. O acesso facilitado e a agilidade são garantidos pelo livramento da necessidade de carteirinhas físicas ou ingressos, sem contar a agilidade proporcionada por esta tecnologia na entrada do nosso estádio”, conclui Victor Grunberg, vice-presidente do Internacional.

Na região Nordeste, o Sport foi o primeiro time a disponibilizar o reconhecimento facial como forma de acesso dos torcedores ao estádio. Com o sucesso da medida, que começou a ser implementada no segundo semestre do último ano, o clube anunciou sobre a intenção de colocar a tecnologia em toda Ilha do Retiro.

“Nas partidas finais da Série B 2023 na Ilha do Retiro, implementamos experimentalmente a biometria facial. A torcida recebeu de maneira positiva o sistema, que proporciona um atendimento mais hábil e rápido. Garantir o conforto e segurança para os fãs será sempre nosso objetivo. Esta tecnologia ainda ajuda a diminuir o cambismo, já que com ela os ingressos ficam vinculados ao rosto do torcedor, e assim, se tornam intransferíveis. Planejamos implantar este sistema em todo estádio até o fim de 2024”, conclui Yuri Romão, presidente do Sport.

Entre os grandes clubes do futebol brasileiro, apenas quatro não disponibilizam a biometria facial como meio de acesso aos fãs: São Paulo, Corinthians, Grêmio e Cruzeiro. Por outro lado, na lista dos gigantes do esporte nacional, o Palmeiras foi o primeiro a utilizar a tecnologia em 100% do seu estádio. Após problemas com o cambismo em 2022, o Alviverde adotou o formato de acesso na temporada passada.

Renê Salviano, especialista em gestão esportiva e CEO da Heatmap, explica sobre as melhorias apresentadas pelo sistema: “A torcida tem uma segurança maior ao entrar nos estádios por meio do reconhecimento facial. A tecnologia, ao coletar dados automatizados, é essencial para esse processo. Inclusive ajuda as equipes e administradores a diminuir a violência, visto que há identificação durante os jogos. Além disso, outra vantagem é que essa ferramenta diminui a força do comércio ilegal, como o cambismo, que é facilitado pela venda dos ingressos físicos ou que não estejam atrelados aos sitemas de biometria”.

O Fluminense foi o último dos grandes times do Brasil a anunciar a adoção do reconhecimento facial. Entre as vantagens oferecidas pelo sistema está a segurança gerada nos torcedores. No Allianz Parque, por exemplo, casa do Palmeiras, até o início de 2024, quase 50 procurados pela Justiça foram identificados pela biometria facial e 39 foragidos foram presos.

Henrique Borges, CEO da Somos Young, companhia que utiliza tecnologia de ponta para fazer o atendimento a sócio-torcedores de clubes como Cruzeiro e Coritiba, celebra o uso do reconhecimento facial no futebol brasileiro: “Tanto os clubes quanto as empresas estão aderindo a novas tecnologias que proporcionam uma experiência mais conveniente para a torcida em estádios e outras plataformas. Esta novidade tende a ser apenas o começo, onde todos saem ganhando”.

Em diversas regiões do país, os clubes têm adotado o reconhecimento facial como forma de acesso dos torcedores aos estádios. No Centro-Oeste, por exemplo, a ferramenta está presente em duas equipes. Em 2022, o Goiás se tornou o primeiro time do Brasileirão a implementar a tecnologia. Com o sucesso da medida, no último ano, a diretoria levou a plataforma para todo o Estádio Hailé Pinheiro. Já o Cuiabá também adotou a biometria facial para o acesso dos fãs. Cristiano Dresch, presidente do time, explica sobre os benefícios do sistema.

“Para o Cuiabá, a inserção desse equipamento é mais um passo na nossa modernização e estruturação. Os resultados têm sido positivos até o momento e isso nos faz mais realizados pelo atendimento que proporcionamos aos nossos torcedores”, diz Cristiano.

No Sul do Brasil, vários clubes relevantes apresentam o sistema de reconhecimento facial nos estádios. No Paraná, o Athletico, na Ligga Arena, e o Coritiba, no Couto Pereira, já contam com a medida, com foco em segurança e velocidade para os apoiadores.

“A implementação desta tecnologia reduz as filas nos portões, facilita a entrada, garante mais segurança, nos permite ser mais cautelosos, e melhora a experiência como um todo no Couto Pereira. Com o reconhecimento facial, só é necessário aproximar o rosto da catraca, esperar e então entrar no estádio. Todos nossos ingressos são nominais, portanto é necessário realizar um cadastro em nossa plataforma oficial de vendas”, conta André Campestrini, diretor financeiro do Coritiba.

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