O que as casas de apostas esportivas pensam sobre a regulamentação e tributação do setor
A regulamentação e tributação do setor pode diminuir o número absoluto de empresas de apostas atuando no Brasil
Redação Exame
Publicado em 10 de abril de 2023 às 17h06.
Última atualização em 18 de abril de 2023 às 09h40.
Após o Ministério da Fazenda afirmar que estuda tributação e regulação de apostas eletrônicas para aumentar a arrecadação, as plataformas de apostas eletrônicas entendem que uma mudança pode ser positiva para o setor. O governo espera arrecadar entreR$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões.
O CEO do Esportes da Sorte, Darwin Filho, defende que a regulação do setor saia definitivamente do papel. "A regulamentação será muito bem-vinda para dar mais segurança jurídica ao negócio e segregar os operadores sérios dos aventureiros", afirma.
- Copa Libertadores 2023: Flamengo possui o elenco mais caro da competição; veja o ranking
- Cléber Machado assina com Amazon Prime Video para transmissões da Copa do Brasil
- Mega-Sena: confira o resultado do concurso 2.581; prêmio é de R$ 47 milhões
- Ninguém acerta dezenas, e prêmio da Mega-Sena acumula em R$ 47 milhões; veja os números sorteados
- Ranking da Fifa: Argentina ultrapassa o Brasil e assume primeiro lugar; veja o top 10
- Globoplay lança pacote com Star+ e Disney+; veja preços
Segundo ele, com o advento da regulamentação, o número absoluto de empresas atuando no Brasil tende a diminuir. "Infelizmente no panorama ainda sem regulamentação, vez ou outra deparamo-nos com operadores que não cumprem normativas de jogo responsável, compliance e prevenção a fraudes, por exemplo, e isso acaba por manchar um pouco a imagem do segmento no país. Por isso que eu acredito que, com o advento da regulamentação, teremos mais empresas de reputação ilibada se interessando pelo nosso mercado", explica.
O Esportes da Sorte estampa sua logomarca em dez clubes, sendo quatro da elite nacional. "2022 foi um ano de explosão para o segmento das apostas esportivas. Grandes investimentos em mídia aberta, campeonatos, eventos e clubes de futebol. Acredito que essa dinâmica se manterá pelo próximo biênio, pois o gasto per capita em entretenimento esportivo do apostador brasileiro ainda é bem abaixo do que se depara nos mercados mais desenvolvidos, como por exemplo Inglaterra e Portugal", analisa Darwin.
Já o Galera.bet, ao lado de outras plataformas de apostas esportivas, anunciou há algumas semanas a criação da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), em Brasília. A Associação expôs suas propostas e próximos passos com um diálogo transparente em relação à regularização do setor no país, mais um avanço para a regulamentação do mercado que deve ser lançada pelo governo federal.
“O Galera.bet, desde o início, posicionou-se a favor da regularização das apostas esportivas no Brasil e faz tudo ao seu alcance para o avanço da medida. Também prega pelo mercado desenvolvido sob os princípios do jogo responsável, além de contar com uma área dedicada exclusivamente às questões de integridade e compliance”, explica Marcos Sabiá, CEO do empresa.
Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas, entende que o tema precisa ser definido o quanto antes, desde que tenha um entendimento de todas as partes envolvidas. "É importante que seja algo muito bem elaborado. A regulamentação vai trazer o setor para uma conversa mais comum, fazendo com que outros esportes, até outros mercados, também tenham essa interação com as plataformas de apostas. Também vai ajudar a deixar mais transparente as relações com clubes, entidades, empresas e os próprios apostadores", disse.
O que diz a lei
As casas de apostas estão autorizadas a funcionar no país pela Lei 13.756/2018, sancionada pelo então presidente Michel Temer. "Na realidade, a lei sancionada por Michel Temer já foi substancialmente alterada no ano de 2022, quando foi aprovada uma alteração relativa às porcentagens e destinação do produto de arrecadação das apostas. Assim, hoje a principal expectativa gira em torno da regulamentação a ser expedida pelo Ministério da Fazenda, essa sim sendo de extrema importância que seja feita de acordo com as melhores práticas comerciais, de modo a incentivar que as empresas atuantes no mercado tenham interesse em estabelecer seus negócios no Brasil", esclarece Eduardo Diamante Teixeira, sócio do Carlezzo Advogados e especialista em direito desportivo.
Uma pesquisa divulgada no primeiro trimestre deste ano pelo Ibope Repucom aponta um crescimento de 45% nos patrocínios de casas de apostas em 2022, se comparado com o ano de 2021. É o setor com mais participação nos uniformes dos clubes, além do maior número na propriedade máster das camisas nos times da Série A: são onze parcerias de sete marcas distintas.