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Michael Phelps defende banimento vitalício para atletas flagrados em doping

Em meio a polêmicas envolvendo nadadores chineses, Phelps pede sanções mais rígidas contra doping, propondo exclusão definitiva de competições

Michael Phelps é o atleta com mais medalhas de ouro na história dos Jogos Olímpicos. (Aaron Doster-USA TODAY Sports/Reuters)

Michael Phelps é o atleta com mais medalhas de ouro na história dos Jogos Olímpicos. (Aaron Doster-USA TODAY Sports/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 09h27.

Última atualização em 6 de agosto de 2024 às 09h37.

Michael Phelps, o atleta olímpico mais condecorado da história, voltou a defender medidas mais severas contra o doping no esporte. Em uma declaração recente, o americano propôs que qualquer atleta que seja flagrado utilizando substâncias proibidas deveria ser banido permanentemente das competições. A posição de Phelps ganhou destaque em meio a um escândalo envolvendo nadadores chineses que, segundo reportagens, testaram positivo para substâncias proibidas antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas ainda assim competiram e conquistaram medalhas em Paris. As informações são da AP.

A Agência Mundial Antidoping (WADA) e a World Aquatics reconheceram que 23 nadadores chineses testaram positivo para substâncias proibidas antes dos Jogos de Tóquio. As informações, no entanto, só vieram a público recentemente, e as justificativas apresentadas pela China indicavam que os resultados positivos teriam sido causados por alimentos contaminados. Nove desses nadadores ganharam medalhas em Paris, levantando críticas de atletas como o britânico Adam Peaty, que questionou a justiça das competições.

Phelps expressou preocupação com o impacto do doping na integridade do esporte, afirmando que os nadadores chineses que testaram positivo não deveriam ter competido nem em Tóquio, nem em Paris, ou em qualquer outra competição. Ele ressaltou que, para o esporte ser justo, todos os atletas precisam passar pelos mesmos testes rigorosos. Phelps destacou que, durante sua carreira, submeteu-se voluntariamente a testes adicionais de sangue e urina para demonstrar que suas conquistas foram obtidas de forma limpa, sem o uso de substâncias proibidas.

Durante sua carreira, que incluiu a conquista de 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro, Phelps afirmou que sempre suspeitou que alguns de seus adversários estivessem dopados. Ele mencionou que, embora não tenha controle sobre as ações dos outros atletas, acredita que o uso de doping distorce o campo de jogo, criando uma desigualdade que prejudica a essência das competições esportivas. Para ele, a presença de atletas dopados nos Jogos Olímpicos representa uma traição ao espírito do esporte, que deveria ser baseado na igualdade de condições e no mérito individual.

Reforma no sistema antidoping

Desde que se aposentou após os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, Phelps tem sido um defensor vocal de questões relacionadas à saúde mental e ao combate ao doping. Recentemente, ele testemunhou no Congresso dos Estados Unidos, pedindo reformas significativas no sistema antidoping, que ele e outros críticos consideram falho. Phelps enfatizou que é necessário um sistema global unificado que garanta que todos os atletas sejam testados de maneira justa e consistente, independentemente de sua nacionalidade ou esporte.

Phelps também expressou solidariedade com atletas como Adam Peaty, que sentiram que seu trabalho árduo e dedicação foram desvalorizados por competidores que utilizaram substâncias proibidas. Ele argumenta que os atletas que se dopam não apenas desrespeitam os adversários, mas também destroem a confiança do público no esporte. Segundo Phelps, a única forma de garantir que o esporte seja verdadeiramente justo é implementar um banimento vitalício para qualquer atleta que seja flagrado no uso de doping. Ele acredita que essa medida seria um forte dissuasor e ajudaria a restaurar a integridade das competições esportivas.

Phelps concluiu suas declarações sugerindo que atletas que desejam usar substâncias proibidas deveriam competir em uma “Olimpíada dos trapaceiros”, enquanto os Jogos Olímpicos deveriam ser preservados como um símbolo de integridade e fair play. Ele reafirmou seu compromisso com a luta contra o doping e a defesa de um esporte limpo, afirmando que continuará a ser uma voz ativa nesse debate global.

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