Na manhã desta sexta-feira, o futebol brasileiro se viu diante de uma enorme polêmica. O Fatal Model, site de anúncio de acompanhantes, propôs ao Vitória que mude seu nome para Fatal Model Vitória.

Financeiramente, a oferta é de R$ 200 milhões por dez anos. Registre-se: o foco do site é apenas o nome, sem interferência em cores, escudo, mascote ou mesmo na gestão do clube. Além desse valor, a Fatal Model oferece, em proposta apartada, R$ 100 milhões para os naming rights do Barradão, também pelos próximos 10 anos. A consulta será feita aos sócios do clube,

Naturalmente, precisamos entender se toda a polêmica recai sobre a mudança do nome do time em si ou está no segmento da marca que tenta a mudança. O problema, em existindo, está na venda da propriedade em si ou em quem a quer comprar?

Conversamos com exclusividade com Nina Sag, diretora de Comunicação do Fatal Model, para entender melhor a proposta e as circunstâncias que a envolvem.

Confira a entrevista

Fale-se que são duas propostas. A primeira de R$ 200 milhões para alterar o nome do clube para 'Fatal Model Vitória' por 10 anos. A segunda de R$ 100 milhões pelos naming rights do Barradão, que passaria a se chamar 'Arena Fatal Model Barradão' pelos próximos 10 anos. Procede? São propostas complementares ou alternativas?

Sim, procede. A primeira de R$ 200 milhões é para adquirir os direitos de associação da marca do Fatal Model ao nome do clube, por 10 anos. Já a segunda, pelos naming rights do Barradão, seria de R$100 milhões, pelo mesmo período. As duas são propostas diferentes e não serão somadas nem sobrepostas. Daremos aos torcedores o poder de decidir qual delas será a escolhida. Queremos que a torcida participe dessa decisão, que pode ser tão importante para mudar o rumo do Vitória nas próximas temporada.

A empresa indica o destino do valor oferecido ou a gestão fica exclusivamente por conta do clube?

A sugestão do Fatal Model é que a quantia que for escolhida seja direcionada para o departamento de futebol do clube, para que ela possa ser revertida até mesmo na contratação de jogadores. Porém, a decisão da maneira que o valor será utilizado é exclusivamente da diretoria do Vitória. O Fatal Model não terá nenhuma interferência em como esse dinheiro será utilizado. Nesta temporada, já ajudamos o Vitória com a chegada de reforços para a disputa da Série B. Acreditamos que o presidente Fabio Mota encontrará a melhor forma de aproveitar esse investimento.

A consulta popular promovida pelo clube tem algum número mínimo ou meta para ser entendida como aceita?

Nossa intenção desde o início foi ouvir toda a torcida do Vitória. A opinião de todos eles é muito importante no momento de uma decisão tão importante para o clube, então abrimos duas formas de votação: uma aberta para o público geral e outra apenas para sócio-torcedores, através da plataforma oficial do clube. Para tornar o processo viável, tivemos que tornar a votação para sócios a oficial, e as condições para as negociações avançarem é que a maioria dos votantes seja a favor.

A Fatal Model foi parceira comercial de vários clubes recentemente. O que o futebol ofereceu à empresa para que os investimentos aumentassem até chegar a uma proposta deste tamanho?

O Fatal Model tem como objetivo dignificar e trazer respeito para o mercado de acompanhantes do país. Nós acreditamos que o futebol seja um meio que traz a visibilidade necessária para disseminar nossos valores. Nesta temporada, ao todo fechamos acordo de patrocínio com oito clubes do país, e esse movimento tem nos dado ótimo retorno. Depois de anunciarmos a parceria com o Vitória em fevereiro, por exemplo, registramos aumento de 40% no número de seguidores nas redes sociais e um retorno de mídia espontânea superior a R$ 30 milhões.

Diante da hipotética negativa do Vitória, é possível pensar em outro clube?

Até o momento, não temos nada definido em relação a isso. Por hora, vamos esperar a decisão dos torcedores do Vitória, que é o clube que nos abriu portas para estarmos no futebol e divulgarmos nossos valores de respeito, segurança e dignidade. Caso nossa proposta seja recusada, continuaremos ajudando o clube de outras formas, como já fizemos ao longo desta temporada.