Embolo vai marcar contra o Brasil? Acompanhe os estrangeiros da Copa
Joagador nascido em Camarões é esperança da Suíça contra o Brasil na Copa do Catar. Neste Mundial, 28 seleções contam com 138 jogadores nascidos em outros países
Ivan Padilla
Publicado em 28 de novembro de 2022 às 10h33.
Breel Embolo não comemorou o gol contra a seleção de Camarões. Apesar de jogar pela Suíça, o meio-campista nasceu em Yaoundé. Ele imigrou com a mãe e o irmão quando tinha quatro anos de idade e mantém uma instituição de caridade em seu país natal. Embolo é uma das esperanças da seleção suíça contra o Brasil, hoje às 13h.
A Copa do Mundo, maior evento esportivo do planeta, reúne de quatro em quatro anos as melhores seleções nacionais de futebol. Para disputar o campeonato, a Fifa exige que todos os atletas sejam nascidos ou naturalizados pelo país que atuam. Assim, a maioria das seleções entram em campo com profissionais oriundos de sua terra natal. Porém, nesta edição apenas quatro países - Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Coreia do Sul - não contam com estrangeiros.
Entre os 138 jogadores que disputam o certame por outras nações, mais de 10% defendem o Marrocos. O país apresenta mais da metade do plantel com nascimento em outras pátrias. Com quatro atletas de origem holandesa, três belgas, três franceses, dois espanhóis, um italiano e um canadense, a seleção registra quatorze profissionais estrangeiros.
"Na minha visão, a Fifa deveria limitar a quantidade de jogadores nascidos em solo estrangeiro por equipe da Copa do Mundo. Não é atrativo para o torneio que mais da metade do elenco de determinada seleção venha de outras nações. Vejo que um número máximo seria positivo para o desenvolvimento dos países e da competição", afirma Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.
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Com 38 atletas disputando a Copa do Mundo por outras seleções, a França é a nação que mais cede jogadores nesta edição do torneio. O país bicampeão mundial possui talentos espalhados por outras nove pátrias: Portugal, Alemanha, Espanha, Camarões, Gana, Catar, Senegal, Tunísia e Marrocos. No entanto, os liderados por Didier Deschamps contam com apenas três futebolistas nascidos em outros locais: Marcus Thuram, Eduardo Camavinga e Steve Mandanda.
Júnior Chávare, executivo de futebol do Juventude, comenta sobre essa troca de experiências culturais nas seleções: “Atletas de diferentes nacionalidades trazem consigo não apenas as questões tática e técnica, mas também cultural. Isso sempre agrega muito às equipes. Quando um jogador de fora chega, traz com ele sempre a possibilidade do entendimento tático, técnico, às vezes físico e emocional. Culturalmente, também é possível compartilhar das possibilidades e das valências que teve em sua trajetória”.
O Brasil está entre as quatro nações presentes no evento que não possuem atletas nascidos em outros locais. Em contrapartida, três brasileiros atuam por um outro país: Portugal. A seleção portuguesa, que possui laços históricos e culturais com os pentacampeões mundiais, conta com Pepe, Matheus Nunes e Otávio.
Rômulo Caldeira, jogador nascido no Brasil que atuou pela Itália, conta sobre a experiência: "É uma sensação única e diferente. No meu caso, fiquei honrado e grato por estar representando a origem da minha família, que é italiana. Quando existe essa relação mais próxima, de identificação com a cultura e com a história do país, a felicidade é ainda maior."
A Tunísia é o país que mais recebe atletas de uma mesma nação, com dez jogadores vindo da França. Em seguida aparece Gales, com nove futebolistas de origem inglesa, e Senegal, com nove profissionais nascidos em território francês. Em terceiro lugar, Camarões conta com oito talentos oriundos da atual campeã da Copa do Mundo.
"Penso que é muito interessante para os países essa possibilidade de receber atletas de outras nações, dentro das regulamentações mínimas, porque é uma integração total. É uma decisão pessoal de cada jogador, porque são muitos os que em algum momento se identificam mais com o país que os adotaram, educaram, formaram, em vez da terra onde nasceram", diz Gustavo Grossi, diretor de base do Internacional.