Logo que foi preso acusado de estupro, Daniel Alves negou que havia tinha tido qualquer tipo de contato com a vítima (Lucas Figueiredo/CBF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 1 de agosto de 2023 às 10h50.
Última atualização em 1 de agosto de 2023 às 10h55.
Depois de mais de sete meses desde o caso de estupro denunciado por uma jovem em Barcelona que tem Daniel Alves como autor do crime, as investigações da justiça espanhola estão finalizadas. Ainda não há data para o julgamento do ex-jogador, preso desde 20 de janeiro, que terá uma audiência na quarta-feira, 2, com a juíza do caso e terá sua última chance de se manifestar sobre as acusações.
De acordo com o Globo Esporte, a Justiça da Catalunha concluiu as investigações apontando que há indícios que ele cometeu o crime. Caso seja condenado, Daniel Alves terá que pagar um valor de 150 mil euros (cerca de R$ 780 mil, na cotação atual) por danos morais e psicológicos à vitima.
Ele continuará preso até o final do julgamento, que deve ocorrer até o início de 2024, quando a decisão será pela condenação ou absolvição. A imprensa espanhola avalia que, caso seja condenado, a acusação deve pedir 10 anos de prisão como pena.
Em abril, em novo depoimento à Justiça da Espanha, o jogador afirmou que a relação sexual com a jovem que o acusa de estupro teria sido consensual. Daniel Alves enfatizou que é "respeitoso" na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber "tensão sexual" e uma clara predisposição. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um "ato livre e voluntário", que ele e a jovem fizeram amor e acusadora "nunca disse para parar".
Questionado sobre o teor da denúncia da jovem, Daniel Alves diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele disse acreditar que a vítima se sentiu "ofendida ou irritada" pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.
As novas declarações de Daniel Alves contradizem a versão da vítima e as evidências coletadas pela polícia. A jovem foi atendida por uma ambulância chamada pela boate Sutton, e transferida para o Hospital Clínic, referência em atendimentos a vítimas de abusos sexuais. Lá, ela passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a "luta" que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.
Logo que foi preso acusado de estupro, Daniel Alves negou que havia tinha tido qualquer tipo de contato com a vítima. A versão foi dada pelo próprio jogador, assim que recebeu a acusação, em um vídeo enviado ao canal de TV espanhol Antena 3.
Dias depois, o jogador mudou seu relato, afirmando ter encontrado a vítima no banheiro da boate, tendo sido surpreendido por ela na ocasião. Nessa versão, Alves afirmou que não teve qualquer contato com ela e teria ficado parado, sem saber o que fazer quando a viu.
Daniel Alves, pouco tempo depois, admitiu que manteve uma relação sexual com a mulher (após amostras de sêmen serem encontradas no banheiro), mas disse que ela teria se lançado em sua direção dentro do banheiro para fazer sexo oral. O brasileiro alegou que ele não tinha dado essa versão até aquele momento com o intuito de “proteger” a vítima.
O jogador, depois, acabou afirmando ter havido penetração enquanto eles estavam no banheiro após o resultado de testes biológicos realizados na mulher que acusa o brasileiro. Daniel Alves afirmou que não teria dado essa versão ainda também para proteger a vítima e a sua então esposa, Joana Sanz — que acabou pedindo divórcio após a repercussão do caso.