O maior recorde no estado havia sido do próprio São Paulo, com números de R$ 7.526.480,00 na derrota de 0x2 para Atlético Nacional-COL, no Morumbi, (Ricardo Moreira/Getty Images)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 26 de setembro de 2023 às 14h56.
A renda de R$ 24.520.800,00 na decisão deste domingo, 24, no Morumbi, entre São Paulo e Flamengo, já entrou para a história do futebol paulista como a maior de todos os tempos. E em números gerais, perde justamente para o primeiro confronto da Copa do Brasil, disputado no Maracanã, com renda R$ 26.343.300,00.
O maior recorde no estado havia sido do próprio São Paulo, com números de R$ 7.526.480,00 na derrota de 0x2 para Atlético Nacional-COL, no Morumbi, pela Copa Libertadores 2016.
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"Quando foi divulgada a renda do Flamengo no jogo de ida, houve até um certo espanto por parte da opinião pública. Realmente, em momentos decisivos, onde a procura é alta e a oferta é baixa, a tendência é de elevação no valor do ticket médio, que acaba inflando os números finais. Isso também aconteceu no jogo do título, no Morumbi. É uma operação complicada, porque envolve uma oportunidade rara de faturamento para o clube, mas, ao mesmo tempo, tem que haver o bom senso junto ao poder de compra dos torcedores", analisa Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de equipes como Cruzeiro, Bahia e Vasco.
O Maracanã, aliás, registra quatro das dez maiores receitas no país - todas com o Flamengo. As outras foram na final da Copa do Brasil contra o Corinthians, em 2022 (11.177.332,00), na final da Copa do Brasil diante do Athletico, em 2013 (R$ 9.733.785,00), e na semifinal da Copa Libertadores contra o Grêmio, em 2019 (R$ 8.150.645,00).
“Os números alcançados nesta Copa do Brasil mostram o potencial do futebol nacional em termos de geração de receitas. Tanto São Paulo quanto Flamengo quebraram recordes de renda, e ainda houve outras altas cifras envolvidas, como premiação, direitos de TV e patrocínios. A competição é atraente, rentável e tende a seguir esse ciclo de valorização a cada ano”, ressalta Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma brasileira de crowdfunding esportivo.
O recorde anterior ao deste domingo pertencia ao Atlético-MG, válido pelo segundo jogo da final da Copa Libertadores de 2013, contra o Olímpia-PAR. A renda bruta foi de R$ 14.176.146,00 milhões para um público pagante de 56.557 torcedores, quando o Galo sagrou-se pela primeira e única vez campeão da competição.
“A valorização crescente da Copa do Brasil como produto, as finais nos domingos ao invés da quarta-feira, dois dos cinco times de maior torcida do Brasil e uma experiência de compra amigável, sem dúvida colaboram para esse recorde e inauguram no futebol brasileiro um novo patamar de ambição para receitas com ticketing”, aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
"Estamos falando de uma final de campeonato, com duas das maiores torcidas do país, e sem entrar no mérito de alguns valores estarem exagerados ou não, mostra que a tendência no futebol brasileiro será essa. Vivemos um ano em que temos as médias de público mais altas dos últimos tempos, e isso é reflexo também daquilo que os clubes entregam. Ao mesmo tempo, pelo menos metade dessas vendas são direcionadas aos sócios-torcedores, e essa prática merece ser elogiada, pois é algo que não víamos há dez anos, por exemplo", complementa Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.