Redação Exame
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 17h13.
Durante a maior catástrofe ambiental da história do Rio Grande do Sul, o Internacional colocou sua marca à disposição da sociedade gaúcha, e diversas ações promovidas pelo Colorado foram reconhecidas, neste final de ano, em nível estadual, nacional e mundial.
Entre elas, a campanha “Jogando Junto pela Reconstrução do RS”, que ganhou três prêmios de destaque global: o Grand Prix no Prêmio Lusófonos de Criatividade, em Portugal; a Melhor Ação Social na Confut Sudamerica, e a Prata no AMPRO Awards.
"Nesta campanha, pensamos em criar uma camisa, mas depois percebemos que o real potencial seria disponibilizar os espaços nos uniformes para as empresas que apoiassem a reconstrução do estado. Foi uma parceira muito boa e uma honra para todos poder participar. Cerca de 76 milhões foram doados para a reconstrução do estado", afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.
Essa iniciativa, que uniu a dupla Gre-Nal, teve como meta estimular doações, de pessoas físicas ou jurídicas, para reconstrução do estado, com o apoio de empresas que aderiram ao projeto. Ao todo, as doações foram destinadas a quatro vertentes: diretamente para famílias atingidas, para pequenas e médias empresas, concessão de descontos, benefícios e créditos para pequenas e médias empresas ou doação financeira para entidades responsáveis por arrecadação de donativos.
Já o case da 'Camisa Embarrada' levou três prêmios: Prata e bronze no Effie Awards; Bronze no El Ojo, na Argentina; e quatro ouros e um bronze no Salão de ARP. No final do mês de maio, o Colorado enfrentou o Belgrano, pela Sul-Americana, com o uniforme com marcas de lama. As camisetas cheia de barro, que os jogadores vestiram até então em Barueri, local que o clube atuou como mandante, foram assinadas por todos os atletas e disponíveis em um leilão virtual, com 100% do lucro revertido para ajudar na reconstrução do estado.
A ação de marketing promovida pelo clube levou a seguinte mensagem no uniforme "representa a luta de um povo incansável, aguerrido e esperançoso. E, também, o esforço de voluntários de todo o país, que entraram nas águas, na lama e na vida de muitas cidades com amor e solidariedade jamais vistas".
"Quando voltamos aos campos, queríamos deixar claro para o país o que estávamos passando no RS. A ideia foi aprovada imediatamente pelo presidente (Alessandro Barcellos). As camisas causaram um impacto grande. O leilão das peças exclusivas arrecadou o maior valor de leilões de camisas já realizado no país. Todo o valor foi doado para auxiliar às vítimas da enchente", acrescenta Nelson Pires, vice-presidente de marketing.
Já o documentário "Gigantes", que conta a história da reconstrução de Beira-Rio e CT Parque Gigante pelo ponto de vista dos funcionários e funcionárias do Clube, ficou em segundo lugar no 66º Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo, enquanto a ação de oportunidade desenvolvida pelo Inter nos jogos que disputou em Criciúma, transformando o Heriberto-Hülse em Beira-Hülse, levou o bronze no Salão da ARP.
Com as enchentes, o clube somou 90 milhões de impactos negativos, sendo R$ 19 milhões em perdas patrimoniais, R$ 7 milhões em custos e gastos incrementais, R$ 5 milhões em inadimplência de sócios, R$ 25 milhões em crescimento de novos sócios e R$ 33 milhões em perda de premiações.
O clube ficou 70 dias sem jogar em sua casa, o Beira Rio, e quase 120 dias sem treinar em seu centro de treinamento, o Parque Gigante. Ambos ficaram semanas debaixo d'água, e neste período, o Inter se viu obrigado a atuar em 11 jogos por nove cidades distintas desde a retomada.