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Com consumo proibido dentro dos estádios, Catar deve liberar bebida em lugares estratégicos na Copa

No Brasil, dos 12 estados, apenas São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas não permitem venda de bebidas alcoólicas dentro das arenas

Cerveja na Copa do Caar: cartilha da FIFA prevê liberação para locais específicos (LeoPatrizi/Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 1 de setembro de 2022 às 09h01.

Última atualização em 5 de setembro de 2022 às 16h22.

Uma das grandes polêmicas que cercam a Copa do Mundo do Catar, que começa em novembro deste ano, se refere a venda de bebidas alcoolicas no país muçulmano, já que as regras locais proíbem com rigidez o consumo em lugares públicos.

Há cerca de um mês, informações da agência Reuters davam conta que a liberação aconteceria em lugares pré-determinados pela FIFA, como o 'Fifa Fan Zone', e também em em hotéis e clubes licenciados pelo governo local.

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Já nesta quarta-feira, 31, notícias dão conta de que em parceria com o Comitê Organizador, as autoridades do país deverão divulgar nos próximos dias uma cartilha com horários específicos em que será liberado o consumo de bebidas alcoólicas.

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No Brasil, apesar da venda de bebidas ser permitida deliberadamente fora dos estádios, dentro deles ainda existem algumas restrições. Dos 12 estados brasileiros, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas não permitem venda de bebidas alcoólicas dentro das suas dependências.

"O consumo de bebidas alcoólicas acontece em bares, baladas, shows e em muitas áreas públicas. Não tem porque o futebol ficar à margem disso. Fechamos um contrato com uma marca internacional, que é a Estrella Galícia, e não tenho dúvida que a demanda seria maior caso tivéssemos a liberação", defende o presidente da Portuguesa, Antônio Carlos Castanheira.

Cada estado possui uma regra, e o veto por parte da Assembleia é constitucional, visto que o Estatuto do Torcedor não caracteriza quais bebidas estão proibidas nos estádios, dando aos Estados a adequação da legislação às peculiaridades locais.

"A proibição ocorre a partir de leis estaduais e não existe nenhuma barreira constitucional do ponto de vista legal. É importante dizer que cada estado é livre pra legislar sobre a matéria e, por isso, se vê todas essas diferenças apontadas nos critérios", aponta o advogado Flavio Ordoque, diretor jurídico na Biolchi Empresarial e professor de pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho.

Em SC, a venda começa apenas trinta minutos antes do início da partida, enquanto que no RN, a venda vai até o término do jogo. Nos outros estados que possuem autorização, o consumo acontece a partir da abertura das portões, normalmente de duas a três horas antes do apito inicial.

Na Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santos, Pernambuco e Ceará, é liberada a venda do tamanho máximo do copo de 500ml. Já Alagoas e Santa Catarina autorizam o copo de 600ml.

Já em Minas Gerais, apesar do consumo liberado, é proibído que isso seja feito nas arquibancadas e cadeiras. “É possível prever um aumento de lucro em ingressos e do consumo dos torcedores por partida, promovendo grande rentabilidade aos negócios em geral e consequentemente aos times caso aconteça a liberação. Favorece a todos, desde os empreendedores locais até os clubes", comenta Samuel Ferreira, CEO da Meep, empresa que será responsável por todo sistema de atendimento e pagamentos na Arena MRV, novo estádio do Atlético-MG.

Alguns especialistas ligados ao assunto defendem a liberação, desde que venham acompanhadas também de medidas que não gerem violência. "Vejo como um caminho importante para todas as partes envolvidos, mas desde que também ocorra uma companha de conscientização dos torcedores para o consumo moderado, a fim de evitar eventuais ocorrências dentro dos estádios", aponta Fábio Wolff, especialista em marketing e que atua com marcas junto a personagens esportivos, é necessário que exista um projeto caso isso aconteça.

Já o executivo Renê Salviano, da agência Heatmap, que atende empresas que atuam em estádios como Allianz Parque e Mineirão, também vê a liberação com bons olhos. "Sou favorável, assim como acontece em outros segmentos de entretenimento, mas também acho que uma ideia legal é fazer campanhas de conscientização sobre o consumo excessivo de bebidas alcoólicas no dia a dia, além de orientar e educar sobre as punições ao clube mandante quando jogam materiais no campo ou quando acontecem brigas e confusões", esclarece.

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