Atletas olímpicos se dividem entre cama de papelão e luxo de hotel
Gauff e Nadal escolhem a experiência do vilarejo olímpico em vez do conforto dos hotéis de luxo.
Redator na Exame
Publicado em 30 de julho de 2024 às 07h30.
Última atualização em 30 de julho de 2024 às 07h31.
Os Jogos Olímpicos de Paris têm proporcionado uma experiência singular não apenas nas competições, mas também nas acomodações dos atletas.Enquanto muitos podem imaginar que os melhores atletas do mundo optariam por se hospedar em hotéis de luxo, a realidade é que alguns deles têm preferido as camas de papelão oferecidas no vilarejo olímpico. Essa escolha reflete um desejo de imersão total na atmosfera dos Jogos, valorizando a convivência e a camaradagem que o vilarejo proporciona. As informações são da Bloomberg.
Entre os que optaram por essa experiência estão Rafael Nadal e Coco Gauff, que preferiram as acomodações mais simples do vilarejo à suntuosidade dos hotéis parisienses. Eles acreditam que a proximidade com outros atletas e a vivência coletiva são aspectos essenciais da experiência olímpica. Mesmo enfrentando condições menos confortáveis, como a falta de ar-condicionado e camas improvisadas, esses atletas destacam a importância de se sentirem parte da comunidade olímpica, compartilhando momentos únicos e fortalecendo laços que vão além das competições.
Rafael Nadal, após derrota para Novak Djokovic, declarou na segunda-feira, 29:"Para viver a experiência completa, você precisa estar na vila. Estamos acostumados a ficar em hotéis ou casas com coisas provavelmente mais confortáveis do que como as coisas são na vila."Nadal, que já ganhou quase 135 milhões de dólares (R$ 758 milhões) em prêmios ao longo de sua carreira, além de seus lucrativos contratos de patrocínio, acredita que "jogar os Jogos Olímpicos sem estar na vila é como jogar outro evento". Ele acrescentou: "Só acontece uma vez a cada quatro anos, e para mim, pessoalmente, não faz sentido ficar no hotel; ficamos em hotéis todas as semanas." O campeão de 22 Grand Slams e seu colega de equipe Carlos Alcaraz, tricampeão de grandes torneios, estão representando a Espanha nas duplas masculinas.
Coco Gauff, campeã do US Open e competindo nos Jogos Olímpicos em simples, duplas e duplas mistas, decidiu permanecer na vila olímpica, apesar de alguns de seus colegas de equipe terem optado por hotéis. "Eu ia me mudar para o hotel com alguns dos atletas do tênis, mas continuei encontrando esses atletas incríveis que estão na vila," disse a jovem de 20 anos, que já acumulou 15 milhões de dólares (R$ 84 milhões) em prêmios e outros ganhos através de patrocínios. "Rafa está na vila, então pensei, se ele pode fazer isso, eu também posso."
Vila Olímpica? Não!
Emma Navarro, colega de equipe de Gauff, não teve a mesma experiência positiva. "Fiquei lá por três noites, acho, mas basicamente não dormi nada. Dormi cumulativamente seis horas, então tive que sair e ir para o hotel," disse Navarro à revista People. Para melhorar a situação, Gauff revelou no TikTok que a equipe de arco e flecha emprestou-lhe um colchão adicional. Tilly Kearns, jogadora australiana de polo aquático, também elevou seu conforto na cama de papelão. "Eles nos deram um segundo travesseiro, além de um colchão extra," contou ela aos fãs no TikTok.
Não é incomum que certos atletas prefiram hotéis à vida na vila, em parte devido à segurança, menos distrações e, possivelmente, melhores opções nutricionais. As equipes de basquete masculino e feminino dos EUA, lideradas por nomes como LeBron James, Kevin Durant e A'ja Wilson, por exemplo, optaram por hotéis cinco estrelas. Durant, tricampeão olímpico, disse ao USA Today que não teve escolha no assunto, já que a equipe de basquete dos EUA não fica na vila desde 1992, quando era composta por Michael Jordan, Magic Johnson e outros.
Para quem busca se hospedar em um dos melhores estabelecimentos de Paris: o Royal Monceau, que recentemente recebeu Lady Gaga e Celine Dion, tem quartos esta semana por cerca de R$ 15.024, enquanto o Le Meurice oferece quartos por aproximadamente R$ 14.135.