Esporte

Após 20 anos, o que será da Champions League sem Cristiano Ronaldo e Messi?

Última vez sem a presença de pelo menos um dos dois aconteceu em 2002/03

Champions: Apesar de sempre serem vistos como astros, Cristiano e Messi já não vinham sendo as estrelas principas da Champions nos últimos anos (JOSEP LAGO/Getty Images)

Champions: Apesar de sempre serem vistos como astros, Cristiano e Messi já não vinham sendo as estrelas principas da Champions nos últimos anos (JOSEP LAGO/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 19 de setembro de 2023 às 14h19.

Última atualização em 19 de setembro de 2023 às 14h26.

Quando a fase de grupos da Champions League começar a rolar nesta terça-feira, 19, um feito inédito voltará a se repetir depois de duas décadas: Cristiano Ronaldo e Messi não estarão disputando a competição. A última vez que isso aconteceu sem a presença de pelo menos um dos dois aconteceu foi na temporada 2002/03.

Messi, hoje no Inter Miami, só estreou na Champions em 2005 e conquistou quatro taças com o Barcelona. Já CR7, agora no Al Nassr, da Arábia Saudita, esteve no torneio de 2002/03, atuando pelo Sporting, de Portugal, mas viu sua equipe cair ainda na fase preliminar. O português levantou cinco.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

"Messi e Cristiano Ronaldo conseguiram mobilizar seguidores em todo o mundo nas ultimas décadas, e o peso dos dois é inegável para qualquer competição. Hoje, penso que o torneio nao tem perda relevante de valor, que justifique cálculo, por conta da ausencia deles", analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency, companhia com mais de vinte anos de experiência no futebol mundial e que gerencia as carreiras de Vini Jr, Lucas Paquetá, Endrick e Gabriel Martinelli.

"Ainda não é possível dizer quem é ou será já nessa temporada "o símbolo" da competição, mas é certo que Mbappé, Haaland e Vini Jr. são os principais postulantes dessa condição, pelas seus números e conquistas recentes", acrescenta o executivo.

Apesar de sempre serem vistos como astros, Cristiano e Messi já não vinham sendo as estrelas principas da Champions nos últimos anos, dando espaço justamente aos nomes citados acima, casos de Mbappé, Haaland e Vini Jr.

"Também não acredito que o torneio perca valor pela falta desses dois ícones. Messi e Ronaldo já produziram, tiveram resultado, impacto máximo que poderiam ter. No declínio da questão biológica, não conseguiriam impactar na competição mais competitiva do planeta, que tem uma demanda física extraclasse da qual não conseguem mais corresponder pela idade. Não criaria nenhum impacto fora a idade", aponta Sandro Orlandelli, Membro da UEFA Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a Federação Inglesa de futebol. Tem formação em Harvard e foi scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

Messi e Cristiano, aliás, se enfrentaram seis vezes ao longo desses 20 anos disputando Champions, sem nenhuma vantagem para os lados: foram duas vitórias para cada lado e dois empates, mas com a exceção do argentina ter feito três gols, enquanto o português conferiu dois.

Marketing

Do ponto de vista do marketing, especialistas entendem a competição perde sem os astros, mas o aparecimento de novos craques deve fazer com que essa carência seja recompensada.

"Claro que, sob o ponto de vista do marketing, o campeonato perde, principalmente pelo nível de alcance que esses dois têm, não só nas suas próprias redes sociais, mas também o interesse que geram quando estão envolvidos com algum clube. Se fosse para apostar em algo para superar essa perda, investiria em melhorar ainda mais os conteúdos e mostrar uma nova perspectiva sobre os clubes participantes. A construção de novos ídolos e de novos ‘duelos’ também são estratégias importantes para que a competição continue mantendo o torcedor engajado", analisa Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.

"A Champions League é a principal competição de clubes do mundo. Os times se reforçam todos os anos para disputá-la, e muitos craques novos surgem todas as temporadas. É claro que a presença do Messi e do Cristiano Ronaldo agregam muito à competição, mas ela se renova a cada ano. Novos ídolos, novas histórias. E também não acredito que o torneio possa perder valor sem esses expoentes", opina Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

A Champions começa esta tarde com oito jogos: Milan x Newcastle, Young Boys x RB Leipzig, PSG x Borussia Dortmund, Manchester City x Crvena Zvezda, Barcelona x Antwerp, Feyenoord x Celtic, Lazio x Atlético Madrid ecShakhtar x Porto.

Nesta quarta-feira (20) acontecem mais oito jogos: Real Madrid x Union Berlin, Galatasaray x Copenhagen, Bayern de Munique x Manchester United, Braga x Napoli, Arsenal x PSV, Benfica x RB Salzburgo, Real Sociedad x Inter de Milão e Sevilla x Lens.

Acompanhe tudo sobre:Champions LeagueCristiano RonaldoLionel Messi

Mais de Esporte

À frente de Cristiano Ronaldo, Gabigol é o atleta mais pesquisado do Brasil

Comum no mundo corporativo, LinkedIn começa a se tornar frequente no ambiente do futebol

Em busca de novas receitas, clubes da Premier League avaliam reformar seus estádios, diz jornal

Zagallo, Beckenbauer, Kiptum e Mutombo: relembre grandes nomes do esporte que morreram em 2024