ESG

Weleda: empresa foca em sustentabilidade e entra em coalizão do Sistema B

A centenária fabricante de medicamentos e cosméticos Weleda trabalha apenas com ingredientes naturais e orgânicos. Agora, a companhia participa de coalização que visa melhorar os impactos sociais e ambientais do setor

Weleda: fabricação com ingredientes frescos e naturais (Weleda/Divulgação)

Weleda: fabricação com ingredientes frescos e naturais (Weleda/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 4 de junho de 2022 às 08h00.

A fabricante de medicamentos e cosméticos Weleda trabalha apenas com ingredientes naturais e orgânicos. No Brasil há 64 anos, a companhia Suíça importa ativos dos cosméticos do país de origem e da Alemanha, além de ter um jardim biodinâmico em São Roque, no interior de São Paulo.

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“Só usamos plantas frescas, que são transportadas em viagens de até seis horas de caminhão, do nosso jardim ou de parceiros na região de São Paulo, onde fica a fábrica da Weleda. Os insumos são certificados e acompanhados por uma rede de agrônomos”, diz Maria Claudia Pontes, presidente da Weleda.

Segundo ela, outro princípio com os fornecedores é o do pagamento parcial mesmo quando a safra é perdida. “Se o parceiro tem um problema de entrega entendemos que o pagamento é ideal para que não sejam potencializados os desafios dele”.

Por atitudes como essas, há dois anos a empresa começou um processo de certificação no Sistema B, um movimento global que identifica companhias com atuação de responsabilidade social e ambiental. A resposta positiva foi confirmada em dezembro.

“A certificação global foi um processo importante para entendermos o que fazemos bem e o que podemos melhorar. Localmente, temos uma forte presença de mulheres, por exemplo, mas podemos melhorar a diversidade racial. Agora estamos com um projeto dedicado à isto no Brasil”.

A companhia ficou com 108 pontos numa escala de 0 a 200, sendo 80 o mínimo necessário para a certificação. Por aqui, atualmente, 70% da empresa e da liderança é formada por mulheres, sendo 36% de autodeclarados pretos e pardos em todo o quadro geral. “Queremos chegar à 50%”, diz Pontes.

Hoje são cerca de 200 companhias certificadas no país, sendo 51 delas apenas no período de pandemia – momento em que a procura pelo certificado saltou 34%.

A Weleda passa a fazer parte também da B Corp™ Beauty Coalition, lançada em março, que reúne empresas B de beleza no mundo inteiro com a missão de melhorar os impactos sociais e ambientais das práticas de produção no setor por meio do compartilhamento de conhecimento e inovação.

“A gerente geral da Weleda no Reino Unido é a nossa representante na coalizão e ajudará na elaboração de práticas para um setor com mais impacto positivo. Por exemplo, como melhorar a oferta de vidros reciclados para embalagens? Essas e outras questões serão discutidas”. O novo grupo global inclui mais de 30 empresas B certificadas de 8 países e 3 continentes.

A Weleda

A fabricante de medicamentos antroposóficos e cosméticos com ingredientes de cultivo orgânico e biodinâmico, a foi fundada em 1921 na Suíça e está presente em mais de 50 países. No Brasil, desde 1958, tem 87 produtos no portfólio que podem ser encontrados em grandes redes de farmácias convencionais e de homeopatia, além das lojas próprias e e-commerce.

Com faturamento de 64 milhões de reais no Brasil em 2021, a expectativa de crescimento para este ano é de 11,5%. A Weleda é certificada pelo Natrue, selo independente de origem europeia que valida os cosméticos naturais e orgânicos, e no Brasil, pelo IBD, maior certificadora da América Latina de produtos da mesma origem.

A marca é membro da UEBT (União para o BioComércio Justo), uma organização internacional sem fins lucrativos que promove o uso de recursos naturais com responsabilidade para fomentar o crescimento sustentável do negócio, com desenvolvimento local e conservação da biodiversidade.

 

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